sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Com quem podem as empresas contar

No editorial da última edição de Metal, publicada no dia 27 de Fevereiro de 2009 como suplemento do jornal “Vida Económica”, o Presidente da Direcção da AIMMAP pretendeu recordar às empresas que, apesar de tudo, é com elas próprias que devem verdadeiramente contar no sentido de ultrapassarem a actual situação difícil da economia portuguesa.

Dada a pertinência do assunto, publica-se nas linhas subsequentes o texto relativo ao supra referido editorial.

"Fazer tão bem como os melhores

Desde há muito que a Direcção da AIMMAP tem procurado concentrar o eixo estruturante da sua actividade numa aposta em factores distintivos dos produtos e das empresas, estimulando os seus associados a investirem naquilo que os possa diferenciar qualitativamente dos seus concorrentes nos mais diferentes pontos do globo.
Daí as nossas iniciativas recorrentes na certificação, na propriedade industrial, na inovação, no design ou na formação profissional.
Temos actualmente a noção clara de que o nosso contributo foi nesse âmbito da maior relevância para que os nossos trabalhadores sejam mais qualificados, para que haja mais marcas e patentes no nosso sector, para que haja cada vez mais empresas e produtos certificados ou para que o investimento seja crescente no domínio da Investigação e Desenvolvimento.
De igual modo, já há muitos anos que a AIMMAP tem promovido inúmeras iniciativas nas áreas da internacionalização e da cooperação inter-empresarial.
E também aqui temos a consciência da importância do nosso estímulo para que haja cada vez mais empresas com projectos estruturados de internacionalização e para que seja crescente o número de iniciativas partilhadas por diferentes empresas.
Atravessamos agora na economia mundial uma situação que é inequivocamente conturbada. Em que os obstáculos são cada vez maiores e mais complexos. E em que os desafios são eventualmente mais difíceis.
Como tenho tido oportunidade de dizer, neste mar revolto em que estamos envolvidos, temos duas opções possíveis: ou baixamos os braços e vamos inevitavelmente ao fundo, ou esbracejamos e tentamos nadar até ao porto mais próximo.
Ao longo dos últimos anos, a grande maioria das nossas empresas aproveitou os tempos menos duros para aprender a nadar. Apostaram na diferença, na cooperação e na internacionalização.
Pelo que, agora, perante as dificuldades, só nos resta dar sequência ao muito que fizemos. Vamos pois, mais do que nunca, continuar as apostas em que estamos envolvidos. E lutemos para evidenciar os resultados dos nossos investimentos passados, presentes e futuros.
Mostremos aos consumidores dos mercados que atingimos que estamos habilitados a competir com os melhores. Que fazemos pelo menos tão bem como os mais capazes.
Esse é seguramente o caminho que nos resta no sector metalúrgico e metalomecânico em Portugal. E é certamente também aquele que todos estamos apostados em continuar a trilhar.
Apesar da falta de apoio do Estado ao sector, da indiferença a que muitas vezes somos votados por alguma comunicação social e da falta de compreensão de responsáveis políticos e dirigentes sindicais face aos nossos problemas e dificuldades, estou certo de que vamos resistir. Com cada vez mais a noção clara de que, afinal de contas, é apenas com o nosso empenho e a nossa competência que poderemos contar.
António SaraivaPresidente da Direcção da AIMMAP"

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sobre os despedimentos

Tal como é sabido, a comunicação social tem veiculado com frequência algumas acusações sem qualquer fundamento, da parte de determinados dirigentes sindicais, de que há empresas portuguesas que estarão a aproveitar-se da crise para proceder a despedimentos que não seriam justificados.

Estas acusações às empresas são absolutamente absurdas na forma e no conteúdo.

O Presidente da Direcção da AIMMAP, em artigo de opinião publicado no passado dia 18 de Fevereiro no jornal “Diário Económico”, refutou as acusações em causa e desafiou os seus autores a serem mais construtivos.

Atendendo ao interesse do tema em questão, transcreve-se nas linhas subsequentes o texto referente ao supra aludido artigo de opinião.

"Os despedimentos, as empresas e os sindicatos

Alguns dirigentes sindicais vieram insinuar que as empresas portuguesas estariam a aproveitar a crise para fazer despedimentos desnecessários.
Enquanto Presidente da Direcção da AIMMAP não me posso conformar com esse tipo de acusações sem qualquer fundamento.
Não custa a aceitar que, como em tudo na vida, também neste âmbito possa haver condutas menos correctas por parte de algumas empresas. Mas só com leviandade se poderá apregoar que essa seja a regra. Aliás, insistir-se em público nessa tecla raia seguramente o limiar da má fé.
Os empresários e os gestores portugueses estão cientes da importância dos seus trabalhadores para os ajudarem a ultrapassar este momento difícil em que todos vivemos. E não os querem perder.
Apenas em situações limite estarão disponíveis para encarar soluções mais drásticas como os despedimentos. Até porque não há nenhum empresário que tenha gosto em prescindir dos seus colaboradores.
Não significa o exposto que não ocorram situações concretas em que a cessação de alguns contratos de trabalho é a única alternativa viável à insolvência da empresa e à extinção de todos os postos de trabalho.
Mas esses, assumamo-lo com seriedade, não são despedimentos desnecessários. Ao invés, são indispensáveis à viabilidade das empresas e à salvaguarda da generalidade dos postos de trabalho. E têm a particularidade de, como é óbvio e não despiciendo, estarem caucionados pela lei.
Seria pois bem mais sério que os sindicatos optassem por uma postura construtiva neste âmbito. Se conhecem casos em que as empresas prevaricaram, que os identifiquem e denunciem às autoridades competentes. Mas deixem de tentar estigmatizar as empresas como potenciais malfeitores e oportunistas.
Tal como as empresas dificilmente poderão viver sem trabalhadores, também a economia no seu todo jamais poderá sobreviver sem empresas fortes e competitivas.
Só assim, respeitando esse ciclo incontornável, poderemos lutar de forma articulada e construtiva em prol da economia nacional.
Se nem agora, perante dificuldades tão gritantes, os diferentes actores e parceiros sociais conseguem libertar-se de preconceitos absurdos e espartilhos ideológicos, dificilmente poderá o nosso futuro vir a ser risonho.
Pelo que me permito fazer uma sugestão aos sindicatos, a alguns partidos políticos e à própria comunicação social. Ao invés de generalizarem casos negativos que são residuais, seria bem mais interessante e saudável que identificassem publicamente os muitos casos em que as empresas tudo têm feito no sentido de minimizar os despedimentos.
Para além do leque de escolhas ser substancialmente maior, a credibilidade do discurso seria também muito superior.
Será que ainda não estamos suficientemente maduros para que nos possamos entender naquilo que nos deve unir?
António Saraiva
Presidente da Direcção da AIMMAP"

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mais uma vez as dívidas do Estado

Não pode deixar de suscitar uma grande perplexidade que o Governo português, mesmo depois de reconhecer que tem sido mau pagador às empresas e de se prontificar em abstracto para pagar o que deve, condicione em concreto o pagamento das suas dívidas à submissão por parte das empresas a um conjunto de formalidades e requisitos sem sentido.
A única postura possível de um Estado que se diz de bem seria a de proceder sem discussão aos pagamentos, fazendo acompanhar estes de um pedido de desculpas pelo atraso.
Infelizmente, não é isso que o actual Governo se propõe fazer.
No editorial da última edição de Metal – dia 30 de Janeiro -, o Presidente da Direcção da AIMMAP lamentou este comportamento do Estado português.
Considerando a importância do tema em questão, publica-se nas linhas subsequentes o editorial acima referido.

"Reclamação antiga da AIMMAP
Governo anuncia que irá pagar as dívidas às empresas

Entre muitas outras batalhas em que a AIMMAP se tem envolvido arduamente, merece um especial destaque a luta efectuada no sentido de que o Estado pague as suas dívidas às empresas.
É indigno e não abona nada o Estado como pessoa de bem, que os sucessivos governos tenham deixado arrastar essa situação ao ponto em que a mesma se encontra actualmente.
De facto, verifica-se que o Estado português – sem contar com a administração local – deve actualmente às empresas cerca de 2.000 milhões de euros. O que é verdadeiramente escandaloso.
Ora, foi anunciado pelo Governo – e entretanto publicada uma Portaria nesse sentido -, que o Estado vai pagar as suas dívidas a fornecedores até ao dia 15 de Abril próximo.
Para esse efeito, foi criado um balcão único para reclamar dívidas do Estado - que está “online” desde 15 de Dezembro -, sendo ainda certo que o pedido de regularização da dívida pode ser feito por essa via electrónica até ao dia 31 de Janeiro de 2009.
A AIMMAP saúda que o Estado finalmente se digne disponibilizar-se para cumprir a sua mais elementar obrigação ética, moral e jurídica: pagar o que deve.
Não obstante, não faz qualquer sentido que, para cumprir uma obrigação tão básica, o Governo se escude ainda no cumprimento de procedimentos por parte dos credores. É com efeito absurdo que os credores sejam obrigados a reclamar formalmente uma dívida que ambas as partes sabem perfeitamente que existe. Enfim, mais uma vez as desiguais exigências. E como em tudo, também aqui nos confrontamos com os caminhos apertados e sinuosos do costume.
Em todo o caso espera a AIMMAP que este seja um primeiro passo no sentido de moralizar esta matéria. E, nesse sentido, que o Estado pague tudo o que deve independentemente de os credores fazerem ou não qualquer reclamação da dívida no supra aludido balcão electrónico.
Para além disso, espera sinceramente a AIMMAP que a postura do Estado passe a ser, de uma vez por todas, a de cumprir os seus compromissos.
Pelo que, não basta que se pague agora o passivo anterior, sendo fundamental que todas as quantias que lhe venham a ser facturadas no futuro sejam pagas pontualmente pelo Estado.
Merece uma nota particular ainda o que se passa com as autarquias locais, as quais continuam a ter elevados prazos de pagamento. Mais de metade delas demoram em média cerca de cinco meses a pagar o que devem aos seus fornecedores. E uma parte significativa demora mesmo mais de um ano.
Este comportamento irresponsável de alguns autarcas tem gozado de absoluta impunidade. Mas é inaceitável que assim seja, tendo em conta os graves prejuízos com isso causados à economia nacional.
Terá pois de começar a ponderar-se seriamente que os autarcas não cumpridores sejam penalizados com a perda do respectivo mandato.
Como alternativa há uma outra solução: quem se atrasar mais de um determinado prazo considerado razoável será solidariamente responsável, em termos pessoais, pelo pagamento da dívida. É aliás o que se exige aos responsáveis das empresas por atraso, ou não pagamento, do IVA o que na maior parte das vezes, se não todas, é motivado pelos absurdos atrasos dos recebimentos.
Estou seguro de que em qualquer uma dessas eventualidades, o passivo iria diminuir substancialmente.
António Saraiva
Presidente da Direcção da AIMMAP"

AIMMAP prepara nova Missão Empresarial

Na edição de 21 de Janeiro, do jornal "Diário Económico", a AIMMAP divulgou a organização de de duas novas Missões Empresariais.

Dado o interesse da matéria, transcreve-se nas linhas subsequentes o texto referente ao supra aludido artigo.

"Roménia e Bulgária
AIMMAP prepara nova Missão Empresarial
A AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, apresentou recentemente no âmbito do QREN mais um projecto para apoio à internacionalização das empresas do sector que representa.
Este novo projecto reporta-se ao ano de 2009 e tem previstas diversas acções consubstanciadas, conforme habitualmente, na realização de Missões Empresariais, na organização de stands colectivos em feiras internacionais e na execução de estudos de mercado.
No caso de, tal como se aguarda e é mesmo previsível, o referido projecto vir a ser aprovado, a participação das empresas nas acções a organizar será parcialmente subsidiada pelo QREN.
No que concerne às Missões Empresariais que nesse contexto serão levadas a efeito, estão previstas acções em mercados como a Roménia, a Bulgária, a Noruega, Marrocos e a Arábia Saudita.
Sem prejuízo de vir mais tarde a dar-se mais detalhes relativamente a cada uma das restantes Missões, desde já se anuncia que a Missão à Roménia e à Bulgária terá lugar nos próximos dias 14 a 20 de Junho.
Esta acção será complementada com a execução de um estudo referente ao mercado romeno, o qual será naturalmente disponibilizado às empresas do sector em geral e aos participantes na Missão muito em particular.
Recorda-se que a Roménia e a Bulgária são os dois mais recentes membros da União Europeia, tendo as respectivas economias vindo a registar importantes taxas de crescimento ao longo dos anos mais recentes.
Inclusivamente, foram detectadas oportunidades interessantes naqueles mercados para as empresas portuguesas do sector metalúrgico e metalomecânico.
Tais circunstâncias motivaram a AIMMAP e as empresas do sector metalúrgico e metalomecânico a investirem numa primeira abordagem a estes mercados, tendo em vista o estabelecimento de parcerias comerciais que venham a potenciar num futuro breve a realização de negócios efectivos.
Tendo em conta o exposto, a AIMMAP decidiu pois levar a efeito esta Missão, na qual está prevista a participação de 8 a 12 empresas nacionais do sector.
No âmbito da acção, a exemplo daquilo que tem sucedido em iniciativas semelhantes promovidas por esta associação em outros mercados, serão organizados contactos directos entre as empresas portuguesas e empresas importadoras ou agentes de distribuição da Roménia e da Bulgária.
A AIMMAP deposita naturalmente grandes expectativas no sucesso desta Missão, tendo em conta não só todo o potencial das economias romena e búlgara como também as oportunidades que em concreto se abrem às empresas portuguesas.
Aliás, a AIMMAP está convicta de que as empresas nacionais deste sector estão aptas a entrar naquele mercado de forma muito competitiva.
Os interessados na obtenção de informações complementares a este respeito, tendo em vista a sua ulterior eventual inscrição na Missão deverão contactar directamente a AIMMAP junto de
pedro.carvalho@aimmap.pt"