sexta-feira, 30 de julho de 2010

A nova CIP

Conforme é sabido está actualmente em curso a concretização de um importante processo de consolidação da estrutura de topo no associativismo empresarial português no que concerne à indústria.

O referido processo tem essencialmente em vista a reformulação da CIP, a qual passará a designar-se CIP – Confederação Empresarial de Portugal.

No editorial da edição de “Metal” publicada como suplemento do jornal “Vida Económica” de 30 de Julho, o Presidente da Direcção da AIMMAP saudou a concretização deste importante objectivo do movimento associativo patronal, sublinhando a importância da coesão do associativismo para melhor defesa dos legítimos interesses das empresas nacionais.

Atendendo à enorme importância deste assunto, publica-se em seguida neste blogue o texto correspondente ao editorial em causa.

"A importância da coesão

Tivemos oportunidade de sublinhar na edição anterior deste jornal que o acordo recentemente anunciado entre a CIP, a AEP e a AIP, no sentido de colocarem a indústria portuguesa a falar a uma só voz, foi verdadeiramente histórico e exemplar.
A consolidação da actual CIP numa nova confederação patronal que irá integrar igualmente a AEP e a AIP, é sem qualquer dúvida uma excelente notícia para o mundo empresarial português e para o próprio país.
A nova CIP – Confederação Empresarial de Portugal, irá seguramente ser uma estrutura mais forte e representativa.
Mas mais importantes ainda serão certamente os ganhos em termos de coesão e de capacidade de intervenção.
Há muito que inúmeros empresários lamentavam que as suas principais estruturas representativas deixassem passar para o exterior – por vezes com verdadeiro estrondo -, alguns sinais das suas divergências e desentendimentos.
De igual modo, lamentavam que tais estruturas não conseguissem articular devidamente os seus discursos e intervenções sobre temas da maior importância para a actividade empresarial.
Essa evidente falta de coesão fragilizava de forma significativa não só o movimento associativo patronal como também, principalmente, as próprias empresas.
E vinha a ser frequentemente explorada pelos sucessivos governos de Portugal, os quais, sem excepção e independentemente da respectiva cor política, aproveitavam-se das divergências patronais – que por vezes até fomentavam -, para fazer prevalecer as suas posições em quaisquer processos negociais.
A partir de agora, com esta nova realidade associativa, estamos certos de que o panorama vai ser outro.
Os governos vão saber que terão muitas mais dificuldades na sua tentação de dividir para reinar. E quando negociarem com os dirigentes da CIP, saberão que têm à sua frente uma poderosa organização que representa em Portugal não só toda a indústria como também uma parte substancial de outros segmentos da economia nacional.
Essa agregação das empresas e associações portuguesas em torno de uma só organização, é garantia absoluta de uma maior coesão e convergência.
E assim sendo, concomitantemente, a CIP terá uma ainda maior capacidade de intervenção em prol dos legítimos interesses dos seus representados.
Na AIMMAP não temos quaisquer dúvidas de que iremos ser mais bem representados na defesa dos nossos interesses. E estamos certos de que as nossas empresas e os nossos empreendedores vão ser objecto de uma melhor e mais eficaz protecção.
Não obstante o exposto, há um dado que jamais deveremos esquecer.
Por muito bem estruturada que seja a nova CIP, o movimento associativo não pode viver sem uma intervenção activa por parte das empresas que o compõem.
Quanto maior for a presença das empresas nas actividades desenvolvidas pelas associações de que fazem parte, mais forte e representativo será o movimento associativo empresarial português.
Apesar de tudo o de bom que está a fazer-se no topo, lembremo-nos sempre que a coesão nasce de baixo para cima!
Aníbal Campos
Presidente da Direcção da AIMMAP"