sexta-feira, 26 de outubro de 2012

As alterações ao contrato coletivo de trabalho

Na edição de 26 de outubro do “Metal”, no respetivo editorial, o presidente da direção da AIMMAP, Aníbal Campos, partilhou algumas reflexões relevantes a propósito do acordo celebrado em sede de contratação coletiva entre a AIMMAP e o SINDEL.

Nomeadamente, explicou a estratégia negocial da AIMMAP bem como as mais importantes linhas do acordo em causa.

Tendo presente a relevância do assunto, publica-se em seguida o editorial em causa.

"Uma nota explicativa sobre o acordo com o SINDEL 

No interior desta edição do Metal é publicado um artigo de informação sobre os mais importantes contornos do acordo recentemente celebrado entre a AIMMAP e o SINDEL em sede de contratação coletiva.
No essencial, esse trabalho corresponde ao texto oportunamente enviado a todos os associados da AIMMAP no passado dia 24 de outubro, ou seja, logo que o acordo em causa foi formalizado.
Estamos certos de que as empresas associadas na AIMMAP compreenderam já todo o alcance do acordo, bem como as respetivas consequências.
Independentemente disso – e sem prejuízo de continuarem os serviços da AIMMAP totalmente disponíveis para esclarecer os associados a este propósito -, gostaria de aproveitar esta oportunidade para partilhar algumas reflexões sobre este importante tema.
Em primeiro lugar importa explicar a razão de ser do acordo neste preciso momento.
A esse respeito, suscitam-se duas questões. A primeira decorre do facto de, caso este acordo não fosse agora outorgado, poder o nosso contrato coletivo vir a ser denunciado pelos sindicatos.
Tendo em conta a importância do referido contrato coletivo para a competitividade das nossas empresas, tal circunstância, por si só, seria sempre determinante para que o acordo devesse agora ser efetuado.
A outra questão prende-se com o facto de, para além disso, corresponder este acordo ao cumprimento de um compromisso assumido em 2010: a unificação das duas tabelas salariais existentes numa só.
Esse compromisso – que havia sido já enunciado muito antes -, foi também uma razão decisiva para este acordo.
Uma segunda reflexão que me parece importante partilhar reporta-se à delimitação do acordo.
Ora, é bom que fique claro antes de mais nada que, não obstante o supra exposto, ainda assim a AIMMAP entendeu não haver neste momento quaisquer condições para aumentos salariais generalizados.
Nesse sentido, a até agora denominada Tabela II, aplicável à esmagadora maioria dos trabalhadores ao serviço nas empresas filiadas na AIMMAP, não foi objeto de qualquer atualização na quase totalidade dos graus salariais.
Na verdade, nesse âmbito, foi feita apenas uma atualização do salário mínimo para o setor, o qual passou a ser o de € 500,00.
Significa isso que, relativamente à supra citada Tabela II, apenas os trabalhadores cujos salários sejam inferiores a € 500,00 é que verão as respetivas retribuições aumentadas.
É verdade ainda assim que o acordo passa também por mais duas vertentes. Uma delas refere-se ao facto de ter sido abolida a até agora designada Tabela I, a qual previa valores inferiores aos da Tabela II para os mesmos graus salariais.
Essa Tabela I era aplicável às empresas com menor faturação e estava a ser aplicada efetivamente a apenas cerca de 300 trabalhadores. Que são exatamente aqueles que no nosso setor auferem as retribuições mais baixas.
A outra vertente, reporta-se a uma atualização do subsídio de refeição de € 4,00 para € 4,20, três anos depois de aquele valor ter sido fixado.
Explicada a razão de ser do acordo bem como a respetiva delimitação, gostaria de deixar explicada qual foi a nossa estratégia.
E essa assentou essencialmente em três pilares:
1.    Continuação em vigor do clausulado do contrato coletivo.
2.    Manutenção dos valores de referência para os salários da esmagadora maioria dos nossos trabalhadores, tal como foram fixados em 2010, com apenas uma atualização no subsídio de refeição.
3.    Ajustamento dos salários mais baixos do setor, como forma de compensar ligeiramente os mais desfavorecidos.
Estes são assim os eixos em que assentou a nossa estratégia negocial. Assumimos frontalmente essa estratégia e consideramos que o resultado obtido cumpre os principais objetivos a que nos propusemos, no sentido não só de se assegurar a manutenção das condições indispensáveis para que as nossas empresas possam ser competitivas bem como de garantir no setor os desejáveis parâmetros de harmonia e paz social.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O crescimento das exportações do setor metalúrgico e metalomecânico

No editorial do “Metal” publicado como suplemento da edição de 28 de setembro de 2012 do jornal “Vida Económica”, o presidente da direção da AIMMAP, Aníbal Campos, congratulou-se com os bons resultados das exportações do setor metalúrgico e metalomecânico no primeiro semestre de 2012.

Sublinhou de modo muito particular o facto de as referidas exportações estarem a aumentar fundamentalmente nos países fora da União Europeia, o que corresponde a uma crescente diversificação dos destinos.

Essa é naturalmente uma boa notícia, na medida em que permite que, a prazo, seja reduzida a dependência das nossas empresas face aos seus mercados tradicionais.

Atendendo à importância do texto em apreço, transcreve-se nas linhas subsequentes o conteúdo do referido editorial.

"Diversificação dos mercados de exportação

A AIMMAP tem efetuado mensalmente sucessivos estudos de análise ao comércio internacional no âmbito do setor metalúrgico e metalomecânico, analisando de forma detalhada a evolução não só das exportações das nossas empresas como também das importações de produtos e equipamentos metalúrgicos e metalomecânicos.
Na presente edição do Metal é publicada uma síntese de mais um desses estudos, o qual se reportou a todo o primeiro semestre de 2012.
Especificamente no que concerne às exportações, há algumas conclusões importantes suscetíveis de serem extraídas dos diversos estudos efetuados e muito particularmente deste último.
O primeiro dado a reter é o facto de as nossas vendas ao exterior estarem a crescer de forma sustentada. Depois de crescimentos de 14% em 2010 e de 18% em 2011, nos primeiros seis meses do presente ano as exportações cresceram mais cerca de 9%.
Este é seguramente um facto altamente animador, o qual, sendo acompanhado de um substancial decréscimo das importações no mesmo período, permite acalentar a esperança de que a balança comercial do setor venha a ser positiva em 2012.
Um segundo ponto a sublinhar, tem a ver com o facto de, aparentemente, o crescimento das exportações estar abrandar. Na verdade, embora continuemos a crescer, deve reconhecer-se que já não estamos a crescer com a mesma intensidade. Não é um dado negativo e nem sequer preocupante. Mas é bom que o tenhamos presente.
Um terceiro aspeto a merecer reflexão reporta-se à circunstância de a esmagadora maioria das nossas exportações se destinar a países da União Europeia, com especial destaque para Espanha, Alemanha e França.
A este propósito, se por um lado é positivo que os nossos produtos sejam competitivos nos mercados mais exigentes, pode ser por outro lado inquietante que estejamos tão dependentes de uma só zona geográfica. Particularmente, quando se constata que alguns desses clientes tradicionais estão a atravessar um período relativamente difícil, como é o caso emblemático daquele que é o nosso principal destino: a Espanha.
A quarta e derradeira conclusão que aqui gostaria de enfatizar reporta-se ao facto de, não obstante o acima referido a propósito da nossa dependência relativamente aos países da União Europeia, começar a ser visível uma tendência de diversificação dos destinos.
Na verdade, o já mencionado aumento de 9% das nossas vendas ao exterior foi conseguido na sua totalidade à custa de ganhos de quotas de mercado em países fora da União Europeia.
Na União Europeia, os valores de 2012 são praticamente idênticos aos do ano transato, não tendo havido qualquer crescimento.
Já fora desse espaço geográfico, a variação dos números foi claramente em sentido ascendente, tendo sido registado um crescimento superior a 50%.
Houve subidas verdadeiramente notáveis em países do Médio Oriente, como por exemplo a Arábia Saudita (54,3%), o Kuwait (2062%), o Egito (51,3%) ou Israel (68,1%).
E também em países da América do Sul, como a Argentina (105%), o Brasil (67%), a Colômbia (228%), o Peru (68,5%) ou a Venezuela (479%).
Estes números não têm paralelo com nenhum dos anos anteriores. Na maior parte dos casos, trata-se de mercados que apenas agora as empresas estão a conseguir desbravar.
As nossas empresas estão claramente a evoluir no bom caminho. Perceberam a tempo que não poderiam estar concentradas em clientes europeus e trataram de explorar novos mercados.
Os números revelados no estudo a que aqui faço referência, indiciam que as empresas começam a colher os frutos do seu trabalho de prospeção.
Enquanto Presidente da Direção da AIMMAP faço questão de saudar este notável resultado dos nossos exportadores, estimulando-os a prosseguir a afirmação dessa estratégia de diversificação dos destinos das suas exportações. E gostaria também de incentivar aqueles que eventualmente estejam um pouco mais atrasados nesse processo a seguir e até a copiar os bons exemplos a que possam ter acesso.
A AIMMAP aqui estará sempre disponível para apoiar as suas empresas, também neste domínio específico.
Ninguém melhor do que nós poderá conseguir colocar as empresas em contacto umas com as outras no sentido de partilharem experiências e criarem sinergias.
Já o temos feito inúmeras vezes nos mais diversos domínios e inclusivamente na área da internacionalização. Mas queremos ser desafiados a fazer cada vez e melhor.

Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP
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