quinta-feira, 29 de maio de 2014

A união faz (mesmo!) a força

Um dos grandes argumentos a favor do associativismo é a força do colectivo. Na AIMMAP esta força é usada, entre outras formas, para cumprir a missão da associação em defesa dos superiores interesses dos seus associados, seja qual for o domínio de intervenção de que se esteja a falar.
As compras em grupo, em concreto no sector da energia, são um bom exemplo do trabalho da AIMMAP no sentido de dotar os seus associados com propostas competitivas que tragam valor e escala para as empresas, num segmento fundamental para o sector.
Na mais recente edição do Metal é publicado um trabalho a propósito da edição de 2014 da iniciativa de compra de energia elétrica em grupo, cuja primeira ação foi levada a efeito em 2011.
Não deixe de ler o editorial do METAL em que o Presidente Aníbal Campos chama a atenção para a necessidade de manter a união das empresas nesta questão particular, na defesa dos seus interesses num tema tão sensível.

"A união faz a força

Ao longo dos últimos anos a AIMMAP tem vindo a promover diversas iniciativas no âmbito das quais procura disponibilizar às empresas associadas as melhores condições possíveis no acesso aos mais diferentes tipos de bens e serviços.
As compras em grupo são excelentes exemplos nesse domínio. E conforme é sabido a AIMMAP tem desenvolvido com inequívoco sucesso algumas ações dessa tipologia, nas áreas dos seguros, dos combustíveis, das viagens ou da energia elétrica.
Na presente edição do Metal é publicado um trabalho a propósito da edição de 2014 da iniciativa de compra de energia elétrica em grupo, cuja primeira ação foi levada a efeito em 2011.
Conforme se constata pela leitura desse artigo, esta iniciativa da AIMMAP tem vindo a ser reforçada ao longo das suas sucessivas edições anuais. E são já praticamente uma centena, as empresas aderentes.
Temos a consciência de estar a prestar um excelente serviço aos nossos associados. Mas não obstante, estamos fortemente empenhados em melhorar cada vez mais a qualidade desse mesmo serviço.
Para tal efeito, no nosso entendimento, há duas condições essenciais. Em primeiro lugar, é importante existir uma forte relação de confiança entre a AIMMAP e as suas associadas. Ora, a esse propósito, é-nos muito grato constatar que tal relação está cada vez mais consolidada. E a verdade é que a AIMMAP apenas consegue mobilizar um conjunto crescente de empresas neste tipo de iniciativas porque aquelas confiam na sua competência e na sua credibilidade.
A segunda condição passa pela coesão das próprias empresas. Quanto mais unidas estiverem as empresas na defesa dos seus legítimos interesses, mais eficazes serão seguramente as ações promovidas pela AIMMAP. A esse respeito é igualmente estimulante verificar que é cada vez mais vasto o número de empresas que se encontram conscientes dos benefícios da cooperação. Embora seja frequente ouvir dizer-se que os portugueses são por norma individualistas e pouco sensíveis ao associativismo, a experiência tem vindo a demonstrar que, pelo menos no nosso setor, há uma evolução positiva nesse domínio.
Infelizmente, a capacidade de mobilização da AIMMAP e o espírito de cooperação das empresas do setor parecem estar a incomodar alguns fornecedores. Ainda agora isso foi evidente no comportamento assumido por um comercializador de energia elétrica, na sequência dos concursos levados a efeito pela AIMMAP para seleção do seu parceiro na iniciativa de compra de energia em grupo de 2014.
Na verdade, apresentaram-se aos referidos concursos os principais operadores em Portugal. E em todos os eles o melhor preço foi apresentado pela GALP Power, a qual naturalmente foi selecionada em todos os segmentos de consumo.
Sucede que, em seguida, já depois de concluídos os concursos, a ENDESA lançou uma denominada “Campanha Primavera” no âmbito da qual contactou individualmente diversas empresas filiadas na AIMMAP – e que já tinham manifestado a intenção de integrar a iniciativa de compra em grupo -, propondo-lhes preços mais baixos do que aqueles que havia proposto no contexto dos referidos concursos.
Ora, ninguém ousará cercear à ENDESA a liberdade de conceber e implementar as estratégias que entenda serem as melhores para prossecução dos seus objetivos comerciais. Esse é aliás um direito absolutamente legítimo.
Não obstante, a AIMMAP não deixa de registar o facto e, mais ainda, de lamentar que a ENDESA tenha agora feito o que nenhum operador tinha efetuado até hoje ao longo de 4 edições desta iniciativa.
Com esta sua campanha, a ENDESA garantiu como clientes algumas empresas que estavam interessadas em participar na compra em grupo. Não obstante, não foi por isso que a nossa iniciativa deixou de ser a melhor de sempre, seja no número de adesões, seja no consumo global das empresas aderentes.
Apesar do exposto, gostaríamos que ficasse claro que o objetivo essencial da AIMMAP com este tipo de iniciativas é apenas o de que as suas empresas sejam beneficiadas – independentemente de aderirem ou não às referidas iniciativas. Pelo que se há empresas filiadas na AIMMAP que acabaram por beneficiar de preços ainda melhores do que os da compra coletiva, a satisfação da AIMMAP será igualmente grande. Afinal de contas, aparentemente, essas condições de última hora terão sido potenciadas pela dinâmica da iniciativa da AIMMAP.
Ainda assim, é bom que estejamos atentos. Como atrás foi referido, quanto maior for a coesão das nossas empresas, mais eficazes serão as ações promovidas pela AIMMAP. Concomitantemente, quanto mais empresas se deixarem seduzir por propostas individuais, menor será o impacto da compra coletiva. E não tenhamos dúvidas de que se esse impacto for menor, também menor será a vontade dos operadores em apresentar ao mercado propostas individuais competitivas. É que não somos nós os únicos a saber que a união faz a força.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP "