terça-feira, 18 de novembro de 2014

Formação para empresários: a realidade do sector Metalúrgico e Metalomecânico

No seu editorial do último METAL, Aníbal Campos descreve a realidade do trabalho desenvolvido pela AIMMAP, em articulação com o CENFIM e IAPMEI, relativo ao Programa de Formação-Acão para empresários do setor Metalúrgico e Metalomecânico.

O Presidente da AIMMAP refere vários pontos importantes: os responsáveis das PME, sobretudo os do setor, ao contrário do que se diz, estão motivados para a formação; a adesão das empresas da AIMMAP está a ter consequências diretas na criação de emprego, competitividade das empresas e reforço das competências;

Em resumo, um sucesso a que é necessário dar continuidade no próximo quadro comunitário de apoio e para o qual as empresas da AIMMAP contam com a sua associação.

Leia o editorial completo aqui e reflita sobre o desafio constante da formação.

"Formação de empresários
Ao longo dos últimos anos, em articulação com o CENFIM e o IAPMEI, a AIMMAP tem vindo a promover sucessivas edições do Programa de Formação-Ação para empresários do setor metalúrgico e metalomecânico.
Até ao momento, foram levadas a efeito precisamente 7 edições do referido programa, as quais abrangeram empresários e gestores de 105 pequenas e médias empresas.
Estamos assim em condições de tirar algumas conclusões relevantes a propósito desta iniciativa da AIMMAP.
Nesse sentido, a primeira ilação a reter é a de que, ao contrário do que muitas vezes se sugere, os responsáveis pelas PME’s portuguesas estão altamente motivados para receber formação.
A adesão sistemática das empresas da AIMMAP a esta iniciativa ilustra com clareza que, pelo menos neste setor, os nossos empresários estão cada vez mais sensibilizados para a importância da formação. E têm não só a vontade e o empenho de procurar adquirir novas competências e ferramentas como também a humildade indispensável para aprender cada vez mais.
Por si só, tal circunstância permitiria qualificar este programa como um verdadeiro sucesso.
Mas mais importante ainda do que isso será fazer a avaliação dos excelentes resultados obtidos pelas empresas em consequência da sua participação no programa.
Na verdade, a análise aos indicadores disponíveis permite concluir que a frequência desta ação de formação não só valoriza pessoal e profissionalmente os empresários que na mesma participam, como ainda, mais relevante ainda, enriquecem e qualificam as empresas que aqueles lideram.
Veja-se desde logo a influência na criação de postos de trabalho. A esmagadora maioria das 105 empresas participantes nas 7 edições deste programa manteve ou aumentou o número de postos de trabalho. E cerca de 60% delas procederam à criação líquida de postos de trabalho. Ou seja, no final do curso tinham um número de trabalhadores ao serviço superior ao que possuíam no início da formação.
É ainda relevante sublinhar a tal propósito que esse fenómeno de criação líquida de emprego ocorreu em cada uma das 7 edições, sempre em valores percentuais próximos dos supra referidos 60%. O que significa que se pode observar um padrão bem definido que em caso algum poderá ser confundido com uma mera coincidência.
Ainda a respeito desse indicador, deve frisar-se que o incremento global de postos de trabalho foi ligeiramente superior a 10%.
Finalmente, é conveniente esclarecer que toda esta trajetória ascendente no volume de emprego das empresas participantes no programa ocorreu entre 2009 e 2014, ou seja, num período histórico de aumento do desemprego em Portugal.
Apesar da enorme importância dos dados atrás evidenciados, há no entanto um conjunto vasto de outros indicadores que merecem igualmente a maior atenção para melhor se avaliar o impacto altamente positivo desta iniciativa.
Assim, verifica-se que cerca de 80% das empresas aumentaram o seu volume de vendas, sendo que um número muito significativo viu crescer tal volume em mais de 10%.
Cerca de metade das empresas aproveitou as valências e os ensinamentos do programa para implementar processos de reestruturação.
Quase 60% das empresas desenvolveram medidas com vista à certificação.
Um número percentual idêntico ao anterior aumentou o investimento em Inovação, Investigação e Desenvolvimento.
E a esmagadora maioria das empresas passou a encarar os processos de internacionalização de uma forma muito mais assertiva.
Estes são dados absolutamente objetivos, que atestam a enorme qualidade deste programa.
Mas os testemunhos altamente positivos dos empresários e gestores que frequentaram as várias edições do programa são igualmente elucidativos dessa excelência.
Enquanto Presidente da Direção da AIMMAP faço questão de confessar a nossa enorme satisfação pelo sucesso revelado por esta iniciativa.
Temos a clara noção de que contribuímos decisivamente para qualificar a gestão das nossas empresas e criar valor ao setor.
Consequentemente, estamos convictos de que fizemos uma vez mais aquilo que as empresas esperam de nós.
Quero também saudar o CENFIM pela excelência do seu trabalho, o qual tem sido fundamental para o sucesso do nosso projeto.
De igual modo, a equipa de consultores que tem vindo a participar no programa justifica plenamente uma palavra de apreço pela sua competência e, inclusivamente, pelo elevado grau de compromisso demonstrado não só com o espírito de missão da AIMMAP como também com os interesses das empresas.
Finalmente, impõe-se um cumprimento especial ao IAPMEI pelo seu papel importantíssimo enquanto organismo intermédio responsável pela gestão do programa.
Está absolutamente demonstrado que o Programa de Formação-Ação conseguiu cumprir com enorme eficácia e competência os objetivos que lhe estavam subjacentes tendo em vista a valorização das empresas.
E não há quaisquer dúvidas de que esta iniciativa foi um verdadeiro sucesso aos mais variados níveis.
Pelo que, os excelentes resultados obtidos pelas empresas obrigam a que o programa mantenha lugar cativo no próximo quadro comunitário de apoio. Se assim suceder – como a realidade e o bom senso impõem -, haverá seguramente condições para se fazer ainda mais e melhor e dessa forma continuar a contribuir para que a economia portuguesa seja cada vez mais robusta e competitiva. Acreditem nas nossas empresas, pois nós saberemos sempre estar à altura das mais elevadas expectativas.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"