quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Crescimento e responsabilidade para 2015

2014 foi um ano de boa memória para o setor metalúrgico e metalomecânico, não só pelos resultados alcançados mas também pelo reforço da imagem como o setor industrial mais exportador do país.
O setor tem assim de ser tido em conta na definição de políticas que suportam a atividade económica.
O maior setor industrial do país e motor do crescimento económico pode dar um enorme contributo para a eficácia das políticas públicas.

No seu editorial do Metal, Aníbal Campos, presidente da AIMMAP, reflete sobre os resultados do setor e perspetiva a responsabilidade de crescimento para 2015.

"Crescimento em 2014 estimula ambição e responsabilidade para 2015

Agora que chegámos ao fim de mais um ano é natural que se faça um balanço e se recuperem algumas notas dos 12 meses que passaram, diríamos, a uma velocidade estonteante.
Felizmente, para o setor metalúrgico e metalomecânico português, 2014 será um ano de boa memória, não só pelos resultados globais alcançados mas também pelo reforço da imagem como o setor industrial mais exportador do país.
Num período em que a necessidade de orientar a economia para atividades de valor acrescentado e que sustentem o crescimento económico de forma segura foi imperativa, o setor liderou a abertura ao exterior e organizou-se de forma a responder aos desafios da qualidade e inovação constantes, com competitividade à escala global.
Os resultados desta atitude, que foram “novidade” para alguns mas que todos agora reconhecem, são bem visíveis: o setor ultrapassará, ao que tudo indica, os números mais otimistas em valor de faturação e em valor de exportação, com taxas de crescimento a rondar os 10%, passando em definitivo o valor mítico dos 13.000M€ de valor exportado.
Tudo isto foi feito pelas empresas e, para a AIMMAP, com as empresas e para as empresas.
À AIMMAP coube, entre outras, a responsabilidade de acompanhar e apoiar as empresas associadas no caminho da competitividade e do crescimento. Este acompanhamento foi feito nas mais diversas formas, quer na componente de apoio à internacionalização, materializada na presença sustentada e organizada em feiras de referência, nos mais diversos segmentos do setor, mas também, na procura de novos mercados e de oportunidades nas áreas da inovação e da qualidade sustentada.
É neste contexto que temos que referir com orgulho a presença de 70 empresas portuguesas em Paris na feira MIDEST em novembro, fazendo assim de Portugal o país mais representado no certame, o que diz muito sobre a forma como as empresas de subcontratação industrial estão a encarar os desafios.
Mas também noutros segmentos o ano foi marcante. As empresas de cutelaria falam em ano recorde de vendas, sem dúvida alicerçado numa política de qualidade e design com serviço ao cliente em mercados de alto valor acrescentado.
Na louça metálica a liderança em vários mercados internacionais tem-se acentuado, fruto de uma política de qualidade e inovação constante.
Nas máquinas e equipamentos, a entrada em mercados altamente exigentes e competitivos tem-se pautado por um crescimento lento mas sustentado, dando excelentes indicações para 2015, apesar da feroz concorrência de alguns players com práticas no mínimo condenáveis e muitas vezes desleais.
Evidentemente que nem tudo foram sucessos. Mas face aos desafios e à exigência do momento, é possível fazer desde já um balanço muito positivo do ano.
Teremos de esperar mais umas semanas para confirmar os valores indicativos de que já dispomos mas temos como certo que este será o melhor ano de sempre para o setor.
A fasquia está assim altíssima para 2015.
Não nos amedrontarmos com isso. Pelo contrário. A vontade de fazer mais e melhor pelo setor e pelas empresas associadas incute-nos uma responsabilidade a que a AIMMAP não foge. Queremos continuar a melhorar a imagem do setor e a informar os que desconhecem o nosso trabalho, que vão sendo cada vez menos. E não o fazemos com uma perspetiva de vaidade. Fazemo-lo em nome do justo reconhecimento que há que fazer a um setor que representa 18% do PIB, tem cerca de 15.000 empresas e perto de 200.000 colaboradores. Estes números não só impõem respeito e responsabilidade mas também têm de fazer parte da definição de políticas públicas que suportam a atividade económica. Não queremos regimes de exceção mas queremos o respeito por um setor que é hoje definitivamente o maior setor industrial do país e o motor do crescimento económico. Como gostamos de dizer na AIMMAP, a indústria das indústrias.
Desejamos um bom ano de 2015 a todas as empresas do nosso setor, em especial às associadas da AIMMAP que connosco têm trilhado um caminho de sucesso.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"