A AIMMAP é sócia fundadora da APCER e não concorda com a criação por parte desta entidade de uma sociedade comercial para a qual transferirá uma parte substancial da sua actividade.
Tendo votado contra a criação de tal sociedade, a AIMMAP propôs de imediato a criação de um fundo de apoio à certificação, o qual deveria ser dotado com os dividendos a que os accionistas da sociedade APCER possam ter direito.
O Presidente da Direcção da AIMMAP abordou esta questão em artigo publicado no passado dia 2 de Abril no jornal “Diário Económico”.
Tendo em consideração a relevância do tema, procede-se à transcrição neste blogue do referido artigo.
Esclarece-se que o texto saiu no jornal com uma gralha no título, a qual se corrige agora para este efeito.
Tendo votado contra a criação de tal sociedade, a AIMMAP propôs de imediato a criação de um fundo de apoio à certificação, o qual deveria ser dotado com os dividendos a que os accionistas da sociedade APCER possam ter direito.
O Presidente da Direcção da AIMMAP abordou esta questão em artigo publicado no passado dia 2 de Abril no jornal “Diário Económico”.
Tendo em consideração a relevância do tema, procede-se à transcrição neste blogue do referido artigo.
Esclarece-se que o texto saiu no jornal com uma gralha no título, a qual se corrige agora para este efeito.
"Criação de um fundo de apoio à certificação
A assembleia geral da APCER aprovou recentemente, por maioria mas com alguns votos contrários, uma proposta de alteração do modelo organizacional da referida entidade. Da aprovação de tal proposta resultou a constituição de uma sociedade comercial, a qual irá passar a assumir uma parte significativa da actividade até ao momento desenvolvida pela APCER.
Concretamente, será efectuada uma partilha, nos termos da qual a associação APCER irá manter competências como entidade certificadora e a sociedade APCER venderá serviços de certificação.
Enquanto sócio fundador da APCER, a AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, discorda desta estratégia.
As razões da discordância decorrem do facto de a AIMMAP entender que a APCER, tendo sido criada por iniciativa do movimento associativo, não deve deixar condicionar-se apenas pela obtenção de proveitos. E não deveria estar pressionada pelo objectivo ou necessidade de distribuir dividendos aos detentores do capital.
Pelo contrário, a APCER deveria ter como vector principal da sua gestão um verdadeiro espírito de serviço e missão. E para tal efeito, no entendimento da AIMMAP, deveria continuar a ser, apenas, uma associação sem fins lucrativos. O que, como é óbvio, não impede nem impediria que fosse pragmática e competitiva no mercado.
Recorde-se a esse propósito que, mesmo enquanto associação, a APCER introduziu na sua gestão um forte cunho empresarial. Tão forte, que até terá sido eventualmente excessivo nalguns casos.
Recorde-se igualmente que foi enquanto associação que a APCER atingiu e consolidou a sua liderança indiscutível no mercado da certificação em Portugal. E foi enquanto associação que teve oportunidade de ganhar muito dinheiro, a ponto de poder dar-se ao luxo de possuir importantes poupanças – as quais, contudo, deveriam ter outra utilidade, nomeadamente a de contribuir para que um número superior de empresas associadas dos sócios da APCER pudesse desenvolver os seus processos de certificação.
Será assim em coerência com este princípio atrás preconizado que a AIMMAP irá pautar a sua futura actuação enquanto accionista da sociedade APCER. Com efeito, irá bater-se para que não haja distribuição de dividendos aos accionistas e que, pelo contrário, sejam tais dividendos canalizados para um fundo de apoio à certificação, com benefício directo das empresas. E no caso de essa sua posição não prevalecer no seio da assembleia geral da APCER, ainda assim não deixará a AIMMAP de criar o referido fundo e de o dotar com os dividendos a que eventualmente tenha direito.
Espera sinceramente a AIMMAP vir a ser acompanhada pelos restantes sócios da APCER – associações sem fins lucrativos e o IAPMEI. Aliás, no caso do IAPMEI, seria surpreendente que o instituto que tem a obrigação de apoiar as pequenas e médias empresas ficasse confortável numa situação em que uma instituição por si participada – directa ou indirectamente -, distribui os dividendos ao invés de os aproveitar para a defesa dos legítimos interesses legítimos das PME’s.
Aguardemos todos, para ver…
António Saraiva
Presidente da Direcção da AIMMAP"
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