segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A missão e a vocação do CENFIM

O Presidente da Direcção da AIMMAP, no editorial do “Metal” publicado como suplemento da edição de 7 de Janeiro do jornal “Vida Económica”, denunciou algumas interferências do poder político na actividade do CENFIM.

Nessa sequência, fez um apelo a que deixem o CENFIM fazer o seu trabalho em prol da economia e parem de tentar distorcer a sua missão.

Tendo em conta a pertinência do assunto, insere-se nas linhas subsequentes deste blogue o texto correspondente ao citado editorial.

"A missão do CENFIM

Como é sabido, o CENFIM foi constituído em 1985 numa parceria entre por um lado as empresas do sector metalúrgico e metalomecânico – legitimamente representadas pela AIMMAP e pela ANEMM -, e por outro lado o estado português, representado para o efeito pelo IEFP.
Actualmente, o CENFIM é o mais importante centro protocolar de formação em Portugal, reflectindo dessa forma a relevância e a dimensão daquele que é o principal sector da indústria transformadora nacional, seja ao nível do emprego gerado, seja no que concerne ao respectivo volume de negócios, seja finalmente no que se refere às suas exportações.
Mas independentemente disso, pelo trabalho que desenvolveu ao longo de 25 anos de actividade ininterrupta, o CENFIM é hoje uma referência de qualidade e excelência no domínio da formação e da qualificação em Portugal.
Uma das principais marcas distintivas do CENFIM é seguramente o facto de sempre ter sabido assumir-se como um verdadeiro cúmplice das empresas do sector metalúrgico e metalomecânico no esforço de qualificação dos respectivos colaboradores.
E é seguramente nessa ligação fortíssima entre o CENFIM e a indústria que reside a principal razão do seu sucesso.
O CENFIM foi concebido, única e exclusivamente, para servir as empresas do sector metalúrgico e metalomecânico em Portugal.
A missão do CENFIM é pois muito clara: promover a formação e a qualificação dos trabalhadores deste sector e, dessa forma, contribuir para que as empresas sejam mais eficientes e competitivas.
Infelizmente, em Portugal, há sempre quem não resista a tentar instrumentalizar as instituições que funcionam bem, tentando orientá-las para outro tipo de actividades.
No que concerne ao CENFIM, as empresas e as associações deste sector não poderão permitir que isso suceda.
Nomeadamente, teremos de nos opor de forma veemente a que o CENFIM seja forçado a dispersar-se em actividades menores e que não acrescentam valor algum à economia portuguesa.
Tentar orientar o CENFIM para actividades de propaganda ou de mera cosmética seria um verdadeiro crime de lesa-economia.
A vocação do CENFIM é a de servir as empresas e não a de trabalhar para estatísticas.
Se o estado português pretende reduzir o número de desempregados em Portugal – como aliás todos desejamos -, ao invés de tentar obrigar as instituições de formação a inventar acções artificiais para tentar disfarçar a taxa de desemprego, terá sim de criar condições objectivas para que as empresas criem mais postos de trabalho.
E sendo certo que todos concordamos com o objectivo de elevar os níveis de habilitações dos portugueses, para esse efeito o caminho a seguir será seguramente o de melhorar o sistema de ensino e não a via fácil mas perversa de pressionar o CENFIM e os restantes centros de formação a dedicarem-se preferencialmente à implementação de cursos no âmbito das chamadas Novas Oportunidades.
As empresas precisam de formação substantiva para os seus trabalhadores. A economia portuguesa carece de trabalhadores qualificados e de empresas competitivas.
Por favor, deixem o CENFIM continuar a contribuir para a prossecução desses dois objectivos fundamentais. Foi para isso que o criámos e é essa a sua única missão.

Aníbal Campos
Presidente da Direcção da AIMMAP"

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