quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Crescer de forma sustentada

Não há receitas infalíveis mas o Presidente da AIMMAP sugere os caminhos a seguir pela indústria metalúrgica e metalomecânica, rumo ao crescimento continuado. No seu editorial do METAL deste mês, Aníbal Campos, justifica a excelente performance do setor no ano de 2015 e elenca as questões fundamentais para o aumento dos indicadores: a continuidade na formação de qualidade ministrada pelo CENFIM (de preferência sem os habituais obstáculos do Estado neste processo); o aparecimento de novos e mais eficientes programas de apoio à internacionalização das empresas; o suporte à inovação via PORTUGAL 2020; a manutenção das regras de organização do tempo de trabalho que têm estado em vigor ao longo dos últimos anos nas empresas filiadas na AIMMAP. Leia os votos para 2016 aqui

"Como continuar a crescer"
Tal como já vinha a suceder nos anos anteriores, em 2015 o setor metalúrgico e metalomecânico apresentou números extraordinários, os quais devem ser especialmente valorizados tendo em conta o contexto de crise em que apesar de tudo a nossa economia continua a viver.
As exportações foram as melhores de sempre, as empresas estão mais sólidas do ponto de vista financeiro, o investimento aumentou significativamente e o emprego cresceu em quantidade e qualidade.
Todo este percurso de sucesso é essencialmente da responsabilidade das empresas e das entidades que as apoiam como é o caso, evidentemente, da AIMMAP.
Não obstante, é fundamental que os políticos não perturbem aquilo que as nossas empresas estão a conseguir fazer.
Pelo que, neste momento de passagem para um novo ano não posso deixar de sublinhar o nosso entendimento sobre aquilo que será necessário para que o nosso setor continue a crescer num futuro próximo.
Os ingredientes da receita para o crescimento estão identificados. Nesta oportunidade permito-me sublinhar apenas alguns daqueles que nos parecem mais relevantes.
Queremos em primeiro lugar que nos deixem formar os jovens qualificados de que a nossa indústria necessita. Precisamos que deixem o CENFIM continuar a trabalhar e que cessem os constrangimentos e dificuldades que o poder político está sistematicamente a causar ao funcionamento dos centros de formação. Não faz sentido que a formação e a qualificação dos trabalhadores esteja integrada nas escolas do Ministério da Educação. É fundamental que as ações de formação sejam ministradas por quem domina os assuntos e por quem conhece o setor metalúrgico e metalomecânico: o CENFIM.
Em profunda articulação com a questão referida no parágrafo anterior, precisamos que nos deixem criar mais emprego qualificado. As nossas empresas, para serem ainda melhores, sabem que precisam de mais soldadores, serralheiros, torneiros ou operadores de CNC. Mas infelizmente não os encontram, particularmente porque o Estado português não permite que o CENFIM os forme em quantidade suficiente para as suas necessidades. É urgente que os poderes públicos percebam de uma vez por todas como funcionam as economias competitivas e como é criado o emprego que torna competitivas as empresas.
Num plano diferente, é fundamental que sejam dinamizados mais programas de fomento à internacionalização das empresas, essencialmente no âmbito do Portugal 2020. A internacionalização da economia portuguesa, com cada vez mais empresas nacionais no exterior, terá de ser a nossa mais importante aposta estratégica enquanto país. Naturalmente, os setores com maior envolvimento nessa aposta terão de ser aqueles que têm dado mais provas de competência na matéria, como é o caso, entre outros, do setor metalúrgico e metalomecânico.
Ainda no contexto do Portugal 2020, é vital que haja uma aposta consolidada na inovação nas suas mais variadas vertentes. Ora, a indústria metalúrgica e metalomecânica obteve os seus excelentes resultados porque tem apostado de forma reiterada e sistemática na inovação e na investigação e desenvolvimento. Com efeito, não há quaisquer dúvidas de que o nosso setor cresceu significativamente no exterior a partir do momento em que passou a competir essencialmente com base na qualidade e já não em políticas de preços baixos. Significa o exposto que o setor soube apostar na inovação e obteve resultados práticos com essa aposta. Ora, esses são pergaminhos que impõem que as políticas de inovação que venham a ser implementadas pelo estado português tenham em consideração o que já fez, está a fazer e poderá ainda fazer aquele que é o mais importante setor da indústria transformadora portuguesa.
Finalmente, é importante que sejam mantidas todas as regras de organização do tempo de trabalho que têm estado em vigor ao longo dos últimos anos nas empresas filiadas na AIMMAP. Nesse âmbito, o contrato coletivo de trabalho celebrado entre a AIMMAP e o SINDEL é um verdadeiro exemplo de uma negociação equilibrada com ganhos evidentes para ambas as partes, tendo contribuído claramente para a paz social no setor. Não aceitaremos pois que, por vontade de agradar ao sindicalismo do contra, venham a ser efetuadas alterações ao Código do Trabalho que sejam suscetíveis de por em causa um instrumento de regulamentação tão importante como o é o CCT entre a AIMMAP e o SINDEL. De igual modo, todos estamos conscientes da enorme importância da figura do banco de horas, a qual contribuiu para extraordinários ganhos de produtividade por parte das empresas tendo ao mesmo tempo sido útil para a organização da vida pessoal dos trabalhadores. Seria verdadeiramente absurdo que o regime do banco de horas viesse a ser eliminado ou dificultado, ainda por cima como forma de satisfazer os caprichos dos partidos e organizações mais radicais. No mesmo plano, será também preocupante que o partido do governo concretize a reposição dos 4 feriados. A economia portuguesa continua ainda com evidentes dificuldades. Pelo que não estamos ainda em condições de prescindir pura e simplesmente de 32 horas de trabalho anual por cada trabalhador. Uma empresa média com 100 trabalhadores irá perder, de repente, 3.200 horas de trabalho num só ano. Em muitos casos, essa redução poderá ser decisiva em termos de perda de competitividade. É vital que se pense bem nas consequências negativas de medidas como essa antes de se colocar as mesmas na mesa de discussão. Esperemos que o bom senso possa prevalecer.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

É na concertação social!

O governo tem na sua agenda o aumento do salário mínimo nacional. A AIMMAP reconhece que o SMN é baixo. E por isso mesmo tem desenvolvido esforços negociais para, por força da contratação colectiva, ter um montante superior para as empresas associadas. Isto já aconteceu e está em análise a sua revisão em 2016. Há margem de progressão. Mas deve existir realismo, coisa que parece não abundar nas propostas da esquerda que podem no curto prazo levar à destruição de empresas e dos seus postos de trabalho. Este assunto é para ser discutido em sede de concertação social e não pode ser entregue a uma decisão da AR. O primado da concertação social deve ser respeitado. É essa a opinião do Presidente da AIMMAP no seu editorial do METAL deste mês que pode ler aqui:

"O primado da Concertação Social

O Partido Socialista e as forças políticas parlamentares à sua esquerda têm anunciado de forma reiterada a intenção de aumentarem o salário mínimo nacional para € 600,00.
Pelo que, independentemente da composição do governo que vier entretanto a ser empossado, não subsistem quaisquer dúvidas de que está constituída na Assembleia da República uma maioria de deputados favorável àquele aumento.
Naturalmente, a AIMMAP não pode deixar de se pronunciar sobre o assunto.
Em primeiro lugar, importa reconhecer que o valor do salário mínimo nacional é efetivamente baixo.
Esse não é um entendimento de circunstância, sendo sim uma constatação absolutamente coerente com as negociações que a AIMMAP tem desenvolvido com os sindicatos ao longo dos anos mais recentes.
Aliás, a AIMMAP está nesta matéria totalmente à vontade pois a verdade é que desde janeiro de 2013 que o salário mínimo aplicável às empresas suas associadas é superior, por força da contratação coletiva, ao valor do salário mínimo nacional.
E acresce ainda que a AIMMAP está disponível para fazer um ajustamento a esse valor com efeitos a partir de janeiro de 2016, caso haja acordo com os sindicatos nesse sentido em sede de contratação coletiva.
Seria pois hipócrita rejeitar-se liminarmente a eventualidade de um aumento do salário mínimo nacional. Pelo contrário, admitimos que existe margem para alguma progressão.
Não obstante o exposto, é importante que se denuncie o caráter totalmente irrealista das propostas da esquerda parlamentar e muito particularmente dos partidos da extrema esquerda.
Aumentar o salário mínimo nacional para €600,00 num curto espaço de tempo, irá forçar o encerramento de empresas e a destruição de muitos postos de trabalho.
Há alguns setores de atividade que serão pura e simplesmente pulverizados. E mesmo no âmbito da indústria do metal haverá subsetores que verão a sua sobrevivência em risco.
Para além disso, não há quaisquer dúvidas de que todas as empresas exportadoras dos mais diversos setores perderão competitividade externa, o que implicará que a nossa balança comercial volte a ser deficitária.
Aliás, é bom que se tenha presente que um aumento muito significativo das retribuições mínimas terá um efeito propulsor em todos os níveis salariais mais elevados, o que agravará de forma substancial os custos das empresas. O que inevitavelmente irá comprometer as nossas exportações.
Para além do exposto, há questões de natureza formal e procedimental que não podem deixar de ser observadas neste âmbito.
Ora, há quem defenda que o aumento do salário mínimo seja diretamente decidido pela AR sem qualquer intervenção dos parceiros sociais.
Essa seria uma decisão verdadeiramente inaceitável que a AIMMAP rejeita em absoluto.
Em nosso entendimento essa eventualidade desrespeitaria duplamente os parceiros sociais e a própria concertação social.
Por um lado porque se encontra ainda em vigor um acordo em sede de concertação social, nos termos do qual qualquer evolução do salário mínimo deverá ter em conta o crescimento da produtividade. E foi nesse contexto expressamente definido que tal binómio seria aferido pelos parceiros sociais antes de se proceder a qualquer atualização.
Por outro lado porque, independentemente desse compromisso em vigor, as questões sociais com repercussões económicas nas empresas não podem deixar de ser submetidas previamente à apreciação dos parceiros sociais no sentido de se potenciar um consenso sobre as mesmas no âmbito da concertação social.
É pois verdadeiramente fundamental que o primado da concertação social continue a ser respeitado. Ignorar essa evidência será uma verdadeira ofensa a um dos mais importantes pilares do nosso sistema democrático.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Responsabilidade e bom senso

A instabilidade e a incerteza são fatores que desagradam a qualquer empresário. É fundamental alguma previsibilidade para se poderem tomar decisões e implementar estratégias de crescimento e de investimento.
Prolongar por muito mais tempo a incerteza política é nocivo para a economia e para o País. Mas igualmente importante para a estabilidade é a existência de responsabilidade na escolha dos executores das políticas.
Mude-se o que tem de se mudar quando os resultados não aparecem. Mas não se alterem equipas que têm produzido resultados com a aplicação de políticas de crescimento. O Presidente da AIMMAP, no seu editorial do METAL refere que devem manter-se nos cargos quem bem serviu o país e facilitou a internacionalização das empresas e a inovação.
E os exemplos da AICEP ou da ANI são aqui lapidares.
Veja o editorial do METAL de Outubro completo aqui.


Haja o que houver, haja responsabilidade

O período que estamos a viver em Portugal em virtude dos resultados eleitorais é de incerteza. As empresas e os empresários vivem dias de expectativa e apreensão, não porque têm receio de qualquer governo, independentemente da sua composição, mas sobretudo porque a instabilidade é má conselheira e tem impacto direto na vida económica do país.
Prolongar por muito mais tempo a incerteza de quem nos governa é nocivo para quem quer investir e para quem quer tomar decisões que têm implicações nas estratégias de crescimento, seja no mercado interno seja no comércio internacional.
Para um setor que tem uma cada vez maior – e ainda bem – exposição ao comércio internacional, isto é fulcral.
Aos empresários o que interessa é que haja definição clara de prioridades e que a República Portuguesa seja vista como parceira honrada, cumpridora das suas obrigações e país facilitador da economia de mercado, baseada na competência, inovação e qualidade dos seus produtos e serviços, afinal, os pilares da competitividade e crescimento.
Os empresários de hoje são cumpridores das suas obrigações, catalisadores do investimento, responsáveis pelo bem-estar dos seus colaboradores e os principais mobilizadores das recentes –ainda que ténues – mudanças positivas que já se sentem no ambiente económico e social do país.
Não vou por isso dissertar sobre a composição do governo português que agora toma posse nem conjeturar sobre outros cenários políticos que entretanto se possam desenhar. Isso ficará para os políticos e para a Assembleia da República.
Mas como empresário não posso deixar de apelar à responsabilidade de todos em questões que são transversais ao interesse nacional.
Falo do cumprimento dos tratados europeus, dos compromissos assumidos, da manutenção de Portugal no Euro e da necessidade de dar continuidade a um modelo europeu, assente no respeito pelos cidadãos, num espaço unido, solidário, democrático, de paz e prosperidade para todos, enfim, próximo dos cidadãos. Julgo que estes valores ninguém pode por em causa, independentemente das suas convicções ou crenças.
É por isso que entendo que há questões que não se colocam neste período e há bons exemplos por essa Europa fora nesta matéria específica: independentemente das mudanças nas equipas governativas é fundamental que haja responsabilidade na escolha dos executores de algumas políticas, seja pela manutenção das pessoas que o têm feito “bem”, seja pela correção dos cargos por quem não deu provas de responsabilidade e boa governança. E isto sem qualquer espécie de preconceito ideológico.
A Itália e a Bélgica são exemplos de países em que as mudanças variadas das equipas de governo não são, felizmente, acompanhadas por alterações em massa de diretores gerais ou responsáveis regionais.
Lá como cá, as mudanças operam-se em função do desempenho dos cargos e não em função de uma qualquer filiação partidária ou identificação. Evidentemente que tem de haver um conjunto de lugares de lealdade política mas as boas práticas existentes na Europa deveriam de uma vez por todas, numa democracia madura, fazer escola também em Portugal, para bem da responsabilidade e da competitividade e respeitabilidade do país.
Não me entendam mal: mude-se o que tem de se mudar, quando os resultados não aparecem. Mas não se alterem equipas que têm produzido resultados e contribuem para a superação dos desafios nacionais com a aplicação de políticas de crescimento e que no caso concreto da nossa indústria, estão completamente alinhadas com a nossa estratégia.
São disso exemplos os casos da AICEP ou da ANI. Poderia dar outros. Mas a dimensão do comércio internacional, fundamental para o nosso crescimento com a marca METAL PORTUGAL e as atividades de inovação com a correta ligação das empresas às entidades de saber, são duas matérias que considero essências para a manutenção e reforço dos níveis de competitividade a que o setor tem habituado o país e com os quais se irá continuar a afirmar.
Haja por isso, apesar de incerteza, responsabilidade por parte de todos. Os empresários cá estarão para continuar a desenvolver o seu trabalho qualquer que seja o cenário político.
Aníbal Campos
Presidente da Direção"

terça-feira, 29 de setembro de 2015

METAL PORTUGAL - uma marca global

Os valores do crescimento dos negócios internacionais do setor metalúrgico e metalomecânico correspondem a um esforço notável das empresas e dos empresários na procura da excelência e da qualidade em todos os mercados. Estes valores do setor são essenciais para o mundo global pelo que o aparecimento da marca METAL PORTUGAL é a consequência e causa de orgulho para um setor que quer continuar a crescer sustentada e continuadamente.

A diversidade do setor consegue unir-se nesta marca e permite olhar para o futuro com boas perspetivas. Isto mesmo pode ler-se nas reflexões de Aníbal Campos sobre o tema no seu editorial do METAL deste mês que pode ler aqui


"METAL PORTUGAL

O setor metalúrgico e metalomecânico tem respondido de forma assertiva aos desafios e às exigências da sobrevivência e do crescimento, apostando continuadamente na qualidade e inovação dos seus produtos e serviços, investindo no reforço da sua capacidade produtiva – aliás, em completo contraciclo económico! – e assumindo-se como o setor industrial mais exportador do país.
Este orgulho genuíno e legítimo que sentimos pelo contributo que demos para o desígnio nacional do aumento das exportações – o sector cresceu 30% entre 2010 e 2014, atingindo o valor de 13,8 mil milhões de euros nesse ano – aumenta a nossa responsabilidade e dá-nos alento para continuarmos este caminho de forma sustentada.
Um caminho que definimos em equipa e em conjunto com os nossos empresários e associados, alicerçado em 3 linhas fundamentais e que foram essenciais para os resultados alcançados:
- a inovação dos produtos e serviços, como base de todo o nosso trabalho e projeção;
- a internacionalização das nossas operações, como um imperativo de crescimento e sustentabilidade;
- e a formação dos empresários e colaboradores, como pilar do conhecimento e enriquecimento das competências fundamentais a todo o processo de conquista de mais e melhores mercados.
Hoje somos assim um setor mais preparado, com empresas ainda mais dinâmicas e com uma perspetiva sólida de crescimento.
Permitam-me destacar que este caminho foi feito num setor de enorme dimensão e que é de uma diversidade tão vasta e heterogénea que a muitos surpreende e que à primeira vista poderia fragilizar.
Um setor que trabalha simultaneamente as cutelarias e a louça metálica, as máquinas e equipamentos, as estruturas metálicas, o equipamento de transporte no automóvel, no ferroviário ou na aeronáutica e as peças técnicas de elevada precisão e engenharia, é um setor com uma força gigantesca mas também com algumas especificidades.
Soubemos interpretar a força do setor, o peso das empresas na economia e na sociedade e demos-lhe a união necessária para que a visão de conjunto, apesar da diversidade, nunca saísse abalada.
O metal que nos une foi pois a “liga” essencial para termos dimensão, arranjarmos soluções comuns e de forte impacto – veja-se por exemplo a compra de energia em grupo, os projetos conjuntos de internacionalização ou o “Clube da Subcontratação industrial” – numa lógica associativa eficaz, que infelizmente, vai sendo rara no nosso Portugal.
Das agulhas às gruas, das panelas às facas, das peças técnicas às máquinas, pretendemos continuar a ser a indústria das indústrias, em Portugal, na Europa, no mundo.
A marca METAL PORTUGAL, que recentemente apresentámos, representa assim um setor forte e robusto e contribui para projetá-lo a um patamar superior de perceção de qualidade, de inovação constante e de visão de futuro.
Esta é uma marca global que reflete o significado do metal português e o seu posicionamento, uma marca que ajuda a comunicar e a promover, uma marca que é a síntese do setor e que está omnipresente nas nossas vidas, em Portugal e no mundo.
Lançada e apresentada publicamente esta nossa marca, queremos agora dar um novo passo no sentido de a mesma adquirir uma projeção universal.
Para esse efeito, é fundamental que as nossas empresas sintam a marca como sua e a utilizem no seu dia-a-dia.
Estamos agora a contactar as nossas empresas associadas nesse sentido.
Esperamos que a marca passe a ser uma ferramenta permanentemente utilizada pelas nossas empresas na sua comunicação com o exterior.
Estamos convictos de que todas as empresas que o fizerem estarão a contribuir de forma decisiva para o reforço e a coesão do sector metalúrgico e metalomecânico em Portugal.
Os serviços da AIMMAP estarão totalmente disponíveis para ajudar as nossas empresas nesse processo.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Exportações sobre rodas. E sobre carris?

As exportações portuguesas têm como principal destino a Europa e o sector mais exportador, metalurgia e metalomecânica reflecte esta tendência. Cerca de 70% das exportações têm como destino a Europa, sendo a via rodoviária, uma das suas principais formas de transporte, relegando a via ferroviária para patamares secundários, apesar da sua relevância.

Vendo o investimento que os nossos vizinhos mais próximos, Espanha e França, estão a fazer nas infra-estruturas ferroviárias, Aníbal Campos manifesta a sua enorme preocupação pelo não ajustamento nacional à bitola europeia com consequências graves com as quais ninguém aparenta estar preocupado. Veja a reflexão do Presidente da AIMMAP relativamente a este tema crítico para o país, aqui.

"A premência do transporte ferroviário

Tal como é sabido, a grande maioria das exportações nacionais tem como principais destinos os mercados europeus.
Naturalmente, o transporte dos bens e produtos exportados para tais destinos é efetuado predominantemente por via rodoviária.
E mesmo nos casos de exportações para outros destinos mais longínquos, o transporte rodoviário acaba sempre por ter um papel decisivo. Com efeito, considerando algumas limitações dos portos nacionais, muitas das nossas exportações por via marítima são enviadas a partir de Roterdão, Hamburgo ou Antuérpia – o que implica um segmento prévio de transporte terrestre desde Portugal até àqueles portos europeus.
Acresce ao exposto que, até ao momento, para as exportações das empresas portuguesas o transporte ferroviário não consegue ser alternativa efetiva ao rodoviário.
Ora, é naturalmente um forte motivo de inquietação para as empresas exportadoras que os responsáveis políticos portugueses nada estejam a fazer no sentido de que essa alternativa venha a ser uma realidade.
E chega a suscitar perplexidade que não se esteja a ter atenção ao que França e Espanha se preparam para fazer nesse âmbito, com eventuais consequências altamente negativas para os legítimos interesses das empresas nacionais.
Com efeito, presentemente, a Espanha está a investir fortemente no sentido de adaptar a sua rede ferroviária à bitola europeia. Dessa forma, como é óbvio, os nossos vizinhos ficarão ligados ao resto da Europa por via ferroviária.
Portugal, por seu turno, decidiu não efetuar quaisquer investimentos nesse domínio nos próximos anos. Pelo que, não irá ajustar a sua rede ferroviária à bitola europeia.
Por si só, essa inércia portuguesa determina que Portugal ficará ainda mais isolado em termos ferroviários. O que implicará que esse tipo de transporte continuará a não ser alternativa para o escoamento dos nossos produtos em direção aos nossos mercados fundamentais.
Por si só, isto seria grave para a nossa economia. Mas infelizmente, o cenário em termos globais é ainda mais preocupante.
Na verdade, a Espanha já anunciou também que, a curto prazo, será proibida a circulação de camiões nas estradas do País Basco.
De igual modo, as autoridades francesas preparam-se para, também a curto prazo, impedir o tráfego de veículos pesados nas estradas do sul do país.
Se, conforme se prevê, tais impedimentos vierem a concretizar-se, chegaremos rapidamente a um ponto em que os camiões que tradicionalmente transportam as mercadorias portuguesas vão deixar de poder circular em Espanha e França.
Pelo que ficaremos confrontados com uma realidade muito preocupante em que o transporte ferroviário não existe e o transporte rodoviário passa a ser impedido. Ou seja: a oferta portuguesa ficará verdadeiramente estrangulada.
Não podemos aceitar que o governo e a oposição continuem entretidos em guerras paroquiais e não sejam capazes de pensar estrategicamente o futuro da economia nacional.
É urgente que o poder político desperte definitivamente para o que realmente interessa ao país. Será assim tão difícil entender isto?
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Exportações: diversificar para consolidar e crescer

Com um registo imparável no primeiro quadrimestre de 2015, as exportações do setor metalúrgico e metalomecânico continuam a crescer de forma consolidada e evidenciando que 70% do seu volume tem como destino o mercado europeu. Aníbal Campos, no seu editorial do Metal assume o desafio do setor para os próximos 10 anos: crescer para outros mercados igualmente exigentes e interessantes de modo a que a dependência da união europeia não seja tão expressiva. Não porque o projeto europeu possa estar em causa mas porque a globalização está aqui ao lado. Veja esta reflexão no editorial do Metal aqui

"Precisamos de diversificar os destinos das nossas exportações

O desempenho das exportações do setor metalúrgico e metalomecânico ao longo dos últimos anos tem sido absolutamente extraordinário.
Com um enorme orgulho por aquilo que tem sido feito nesse âmbito pelas empresas deste setor, a AIMMAP não se tem cansado de enfatizar os bons resultados, estimular as boas práticas e disseminar os bons exemplos.
As nossas empresas, os nossos empresários e os nossos trabalhadores estão de parabéns por uma trajetória verdadeiramente exemplar.
Em conjunto tivemos a arte de transformar as dificuldades em oportunidades. E conforme uma vez mais se evidencia em trabalho publicado na presente edição do Metal, já não existem quaisquer dúvidas de que o crescimento das exportações deste setor é uma realidade absolutamente consolidada.
No primeiro quadrimestre de 2015, o valor global das exportações ultrapassou ligeiramente os 5.000 milhões de euros, um número sem paralelo desde que há registos e que representa um aumento de quase 15% em comparação com o mesmo período de tempo no ano anterior.
A evidência de tais números justifica que o momento seja de celebração. Mas ao mesmo tempo confere-nos a responsabilidade de fazer ainda melhor.
Na verdade, quando analisamos os notáveis números das nossas exportações, não podemos deixar de reconhecer que uma significativa maioria das nossas vendas tem como destino os restantes países da União Europeia.
Esses nossos parceiros do projeto de construção europeia absorvem um pouco mais de 70% daquilo que exportamos.
Este número relativo é apesar de tudo melhor do que aquele que se registava há 3 anos, momento em que ascendia a quase 80%.
Mas quando comparamos tais dados com as performances dos nossos concorrentes europeus, somos obrigados a concluir que nos encontramos mais dependentes do que eles dos humores da economia europeia.
Países como a Bélgica, a Áustria ou a Dinamarca – já para não falar de uma potência como a Alemanha -, encontram-se muito menos expostos ao mercado europeu, pelo menos no que ao setor metalúrgico e metalomecânico diz respeito.
Em todos os casos atrás citados, as exportações para fora da União Europeia ultrapassam a fasquia dos 50%. E é esse o caminho para o qual teremos de evoluir.
Há duas razões essenciais para que assim deva suceder. Por um lado porque, conforme já atrás sugerido, é conveniente que as nossas empresas não se encontrem tão dependentes de um só mercado. E por outro lado porque, em muitos casos, as margens de crescimento nesse nosso mercado de eleição começam a ficar cada vez mais apertadas.
Este parece ser pois o tempo certo para sabermos antecipar o futuro. O momento em que podemos concluir que as nossas estratégias de internacionalização deram certo e estão a gerar frutos, é também o momento ideal para um reajustamento de uma estratégia vencedora mas que não pode cristalizar-se sob pena de vir definhar.
Esta é assim a oportunidade para investirmos ainda mais na internacionalização das nossas empresas. Teremos de procurar novos mercados. Teremos de procurar encontrar novos parceiros. Teremos de procurar implementar novos modelos de negócio. E teremos também de nos adaptar melhor às necessidades de milhões de consumidores à escala global.
Precisamos de ser ainda mais empenhados e competentes. E precisamos também de ser ainda mais criativos e inovadores.
Não tenho dúvidas de que este é o grande desafio que teremos de vencer nos próximos 10 anos. Estou certo de que uma vez mais saberemos triunfar. Mas é indispensável que trabalhemos cada vez mais nesse sentido. Até porque, como é sabido, é em nós e só em nós que poderemos encontrar forças para concretizar os nossos objetivos. Para isso não há governo que nos valha, tenha ele a composição que tiver.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP "

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Fiscalidade “própria para consumo”

Nos últimos anos, a receita fiscal tem aumentado significativamente em virtude, por um lado do aumento da carga fiscal essencialmente no IRS e no IVA, e por outro, por uma maior eficácia - que se deve louvar - na cobrança de impostos.

Embora lamente que aparentemente a única forma de combate ao défice tenha passado apenas pelo aumento de impostos, Aníbal Campos, no seu editorial do METAL deste mês, lembra que nem todos os excessos devem ser permitidos, como o têm sido até agora, pela máquina fiscal.

E dá o exemplo inaceitável dos trabalhadores do fisco serem remunerados com o produto das cobranças coercivas. Tome nota da reflexão do Presidente da AIMMAP aqui.


"A máquina fiscal

É inequívoco que a receita fiscal tem aumentado significativamente ao longo dos últimos anos.
Como é sabido igualmente, esse crescimento resulta basicamente de dois fatores.
Em primeiro lugar de um aumento da carga fiscal imposta aos contribuintes em geral, sendo aliás certo que, desde o IRS ao IVA, passando ainda pelos impostos sobre os combustíveis, a subida tem sido generalizada.
Por outro lado, da enorme eficácia que a cobrança fiscal veio a adquirir.
Quanto ao primeiro fator, lamento que ao fim de tantos anos de intervenção da troika em Portugal, não tenha sido ainda possível conceber formas de combate ao défice que não passem por aumentar os impostos. E é mesmo verdadeiramente incongruente que um governo que muitas vezes se ufanou das suas credenciais liberais continue a tratar do problema do desequilíbrio das contas públicas com aumentos da receita em detrimento de cortes na despesa. Um governo alegadamente liberal que se sente confortável com impostos elevados e que ainda por cima se mostra incapaz de reduzir o peso do Estado na economia é sem quaisquer dúvidas uma verdadeira originalidade ideológica.
Devo confessar em todo o caso que, nas linhas que agora partilho com os leitores, gostaria especialmente de fazer incidir a atenção no segundo fator a que atrás aludo. Ou seja, na eficácia da cobrança fiscal.
Ora, a esse respeito, naturalmente que é vital para a democracia e para a economia de mercado que todos se sintam obrigados a pagar os seus impostos. Nesse pressuposto, é fundamental que ninguém possa sentir-se impune. Que todos sintam que a máquina de cobrança é eficaz face aos relapsos.
Dito isto, não posso todavia deixar de lamentar que a máquina fiscal tenha ela própria assumido uma postura de quase impunidade.
Todos os dias somos confrontados com notícias a respeito dos excessos da máquina fiscal. Inspeções arbitrárias, execuções não fundamentadas e penhoras verdadeiramente despropositadas. E a verdade é que a máquina fiscal se tornou num verdadeiro monstro que se autoalimenta e ninguém parece ser capaz de controlar minimamente.
É verdade que ninguém deseja uma administração fiscal instrumentalizada pelo poder político. Mas não é menos grave que o poder político se mostre incapaz de sequer proteger os direitos mais básicos dos contribuintes quando aquela os atropela.
Dir-me-ão que essa função de limitar os excessos do fisco é competência do poder judicial. E eu não tenho quaisquer dúvidas em acompanhar tal afirmação. Porém, todos estamos conscientes de que os timings da justiça são na maioria das vezes insuficientes para fazer valer os direitos e até a dignidade dos cidadãos e dos contribuintes em geral.
Em muitíssimas ocasiões os tribunais só podem intervir quando os danos são já irreversíveis. Pelo que a sua intervenção, na prática, acaba por ser insuficiente.
Impõe-se assim, cada vez mais, que seja o poder político a conter os excessos e a prepotência da máquina fiscal, balizando-a nos limites da ética e da legalidade
O governo e a Assembleia da República têm a obrigação de proteger os direitos dos cidadãos. E não podem transigir com práticas que os ponham em causa. Tão-pouco podem ser responsáveis ou cúmplices de medidas que potenciem a voracidade da máquina.
É por exemplo inaceitável que os trabalhadores do fisco sejam remunerados com o produto das cobranças coercivas de processos de execução fiscal. Mas infelizmente, é precisamente isso que vai suceder, pois como é sabido os trabalhadores dos impostos vão receber 5% do montante daquelas cobranças.
Isto não faz sentido nenhum. Em primeiro lugar por uma questão ética, pois a verdade é que esse sistema remuneratório é construído com base numa perspetiva de ilegalidade. Em rigor, quanto maior for o número de ilícitos fiscais maior será a remuneração dos trabalhadores do fisco. O que é uma absoluta perversão.
Em segundo lugar, porque um sistema dessa natureza estimula os excessos da cobrança fiscal e acaba mesmo por potenciar inúmeras injustiças. A tentação de instaurar execuções infundadas se já é, sem esses incentivos, muitas vezes difícil de controlar, correrá o risco de se tornar incontrolável se os incentivos existirem.
Há que colocar urgentemente um travão a estes desmandos. Queremos contribuir para a resolução dos problemas que afetam as contas públicas do país. Queremos também uma administração fiscal diligente e eficaz. Mas não podemos aceitar esta espécie de rolo compressor, que ignora os direitos dos contribuintes, desrespeita a legalidade e chega a negligenciar a dignidade dos cidadãos. Porque quando se aceitar que os meios podem ser impunemente sacrificados pelos fins, é a própria democracia que estará em perigo.  
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"

terça-feira, 5 de maio de 2015

Metal Portugal – dar forma ao futuro da indústria

O lançamento da marca Metal Portugal obedeceu a uma reflexão e à concretização de uma estratégia para o futuro da indústria metalúrgica e metalomecânica.

A preocupação de unir a diversidade do setor numa imagem que juntasse num único conceito a qualidade, a inovação e a globalização dos produtos e serviços de uma indústria que trabalha cutelarias e a louça metálica, as máquinas e equipamentos, as estruturas metálicas, o equipamento de transporte no automóvel, no ferroviário ou na aeronáutica e as peças técnicas de elevada precisão e engenharia, foi um desafio, julgamos, superado.

Aníbal Campos, no editorial do METAL deste mês enfatiza a necessidade de prosseguir com todos o trabalho de promoção e afirmação do setor em Portugal e no mundo. Veja aqui a pensamento do Presidente da AIMMAP.

"METAL PORTUGAL – Uma marca e um conceito para o mundo

Como todos os associados e a comunidade empresarial sabem, a AIMMAP lançou no dia 15 de abril a marca METAL PORTUGAL.
O aparecimento de uma marca é sempre um momento importante para quem coordena um trabalho deste tipo.
Mas mais do que falar da METAL PORTUGAL, interessa-me aqui explicar o que esteve por trás desta iniciativa e quais deverão ser os próximos passos de modo a potenciar todo este investimento, inteiramente realizado pela AIMMAP.
Como referi na sessão de apresentação na Alfândega do Porto, um setor que trabalha simultaneamente as cutelarias e a louça metálica, as máquinas e equipamentos, as estruturas metálicas, o equipamento de transporte no automóvel, no ferroviário ou na aeronáutica e as peças técnicas de elevada precisão e engenharia, é um setor com uma força gigantesca mas também com algumas especificidades.
A AIMMAP tem vindo a investir estrategicamente e de forma continuada na promoção do setor. E nessa lógica, soube interpretar a sua força, o peso das empresas na economia e na sociedade e entendeu dar-lhe a união necessária para que a visão de conjunto, apesar da diversidade, saísse reforçada e associada ao que une esta diversidade.
Surgiu assim a marca METAL PORTUGAL que pretende corporizar toda a estratégia de reconhecimento do setor, unindo-o na sua diversidade e heterogeneidade.
Uma marca que visa reforçar o caminho de crescimento e perceção global da indústria metalúrgica e metalomecânica portuguesa, como setor de inovação, time to market e player totalmente global.
Uma marca que representa um setor forte e robusto e contribui para o projetar a um patamar superior de perceção de qualidade, inovação constante e de visão de futuro.
Uma marca que pode ser dita e interpretada nos idiomas mais relevantes da europa, pois diz-se exatamente da mesma forma em português, inglês, espanhol, francês e alemão.
Ao juntarmos a marca ao conceito, “damos forma ao futuro”, pretende-se mostrar o significado do metal português e o seu posicionamento, uma marca que ajuda a comunicar e a promover, uma marca que é a síntese do setor e que está omnipresente nas vidas dos cidadãos, em Portugal e no mundo.
O passado dia 15 de abril foi o primeiro dia de um grande desafio que a AIMMAP abraçou no sentido de contribuir para o crescimento estratégico e sustentado do setor e da sua imagem.
Queremos sempre colaborar no enriquecimento das empresas e dos nossos associados. Sabemos que este crescimento também vai passar por este conceito e por esta imagem e dinamismo. Isto só faz sentido com a participação e com a união dos esforços de todos, para seguirmos com este trajeto de reconhecimento global que a todos interessa, desde logo ao país.
Os próximos passos serão decisivos para dar forma ao futuro. Juntem-se a nós na METAL PORTUGAL.
Aníbal Campos
Presidente da Direção"


sexta-feira, 27 de março de 2015

Comércio internacional na Europa: barreiras artificiais…reais

Numa altura em que as exportações em geral e as do setor metalúrgico e metalomecânico em particular, são o motor do crescimento do país, crescem na Europa medidas protecionistas que serão graves para a nossa competitividade.

Se as condições concorrenciais das empresas portuguesas já são penalizadas em questões como o acesso ao financiamento ou os custos energéticos, introduzir meios de distorcer o mercado de transportes, como os que estão a ser inseridos na Alemanha, França ou Bélgica, é contrário ao espírito Europeu e à conceção de mercado único. Está na altura dos responsáveis nacionais acordarem para estas injustiças e atuarem em conformidade. Leia o editorial de Aníbal Campos no METAL para concretizar o que está em causa para as empresas, aqui 

"Barreiras artificiais no interior da Europa

A criação de um mercado único europeu, sem fronteiras entre os países, é muito justamente encarada como uma das grandes virtudes de uma Europa unida.
Durante anos, considerando a menor competitividade das empresas portuguesas, estivemos condenados a encarar esse benefício de estarmos integrados num mercado único gigantesco como uma esperança de futuro.
Na verdade, durante décadas o saldo comercial de Portugal com a generalidade dos seus parceiros europeus foi recorrentemente deficitário. E as nossas importações suplantaram sistematicamente as nossas vendas para os restantes países europeus.
Não obstante, ao contrário do que frequentemente sucede em Portugal, as nossas empresas prepararam-se com perseverança e paciência para a inversão desse saldo.
Apesar de sérias distorções na concorrência, apesar de o acesso ao financiamento ser mais caro do que aquele que empresas com balanços idênticos suportam e apesar de custos de energia superiores, as empresas portuguesas foram fazendo o seu caminho e modernizaram-se profundamente, no sentido de passarem a competir com maior robustez com as suas congéneres europeias no interior do mercado único.
Esse trabalho de formiga está finalmente a dar frutos. E não obstante todas aquelas dificuldades atrás elencadas, atualmente muitas das nossas empresas já concorrem de igual para igual com as melhores empresas dos restantes países da União.
Infelizmente, ao que parece, chegámos tarde. Na verdade, no momento em que imaginaríamos poder entrar numa era superavitária suscetível de compensar décadas de défices persistentes, e precisamente numa altura em que as instâncias europeias anunciam medidas agregadoras da Europa, começam a ser adotadas por diversos países da União novas medidas restritivas da concorrência livre e sã. Ou seja, alguns países europeus estão implementar mecanismos legais que se consubstanciam em verdadeiras barreiras artificiais à circulação de mercadorias entre os países que constituem a União Europeia.
Vários são os exemplos que poderia aqui citar nesse âmbito para ilustrar o meu ponto. Mas para não maçar os leitores cingir-me-ei por agora às medidas aplicadas ao transporte rodoviário em França, Bélgica e Alemanha.
Trata-se de medidas que afetam claramente a competitividade da indústria nacional e que procurarei identificar de forma sintética para alerta aos nossos associados.
Ora, o transporte rodoviário é o principal canal através do qual as nossas empresas fazem escoar os seus produtos para os restantes países europeus.
Pelo que quaisquer medidas que tenham como consequência o aumento dos seus custos de transporte, retiram competitividade à oferta portuguesa.
Infelizmente, foi precisamente isso que a Bélgica, a França e a Alemanha fizeram recentemente, com efeitos a partir do passado dia 1 de janeiro.
No caso concreto da Bélgica e da França, passou a ser proibido aos condutores de transporte rodoviário cumprirem o seu período de descanso semanal a bordo dos veículos, ainda que os mesmos possuam todas as condições adequadas para o efeito.
Assim sendo, os motoristas passam a ser obrigados a pernoitar em hotéis. Passam a ser obrigados a aparcar os camiões em parques pagos. Passam a ser obrigados a fazer desvios de rota e a efetuarem mais quilómetros. E em consequência do agravamento dos perigos de roubo dos camiões, os custos de seguro suportados pelas empresas transportadoras são aumentados.
Tudo isto aumenta seriamente os custos de transporte, os quais são naturalmente repercutidos nas empresas exportadoras.
Já no que se refere à Alemanha, passa a ser obrigatoriamente pago aos motoristas de veículos de empresas domiciliadas noutros países o salário hora aplicável naquele país.
Tal obrigatoriedade ocorre inclusivamente em situações de simples travessia do país e nas quais o destino seja outro membro da União. Naturalmente, essa medida vai implicar um aumento dos custos salariais das empresas de transportes sempre que os seus condutores circulem pela Alemanha. E acresce que a arquitetura da medida em causa implicará uma panóplia de obrigações burocráticas que agravam os custos administrativos das entidades empregadoras dos motoristas.
Tal como na situação anterior, também todos esses custos serão repercutidos nas empresas exportadoras.
Estima-se que por via dessas medidas os custos de transporte irão aumentar entre 5% e 10% na Bélgica e em França e entre 2% e 4% na Alemanha.
Eventualmente mais grave ainda, teme-se que outros países venham a adotar disposições semelhantes, o que exponenciará aquele aumento dos custos.
Trata-se aqui de medidas altamente protecionistas e que provocam distorção na concorrência, consubstanciando a criação de barreiras artificiais ao livre comércio e violando os princípios fundadores da Europa unida. E como é evidente penalizam muito acentuadamente a competitividade das exportações de países particularmente periféricos como é o caso de Portugal.
É urgente que os governos de estados membros como Portugal se insurjam de forma veemente contra estas práticas. E quando muitos responsáveis europeus se penitenciam por eventualmente terem sujeitado o nosso país a humilhações desnecessárias durante os últimos anos, o momento atual seria o mais propício para começarmos a exigir sermos finalmente tratados com justiça e equidade.
Para além disso, é absolutamente vital que o Estado português defina de uma vez por todas uma política de transportes integrada, articulando e criando sinergias entre o transporte rodoviário, o transporte ferroviário e o transporte marítimo. É certo que também nesse âmbito será preciso enfrentar poderes instalados e combater barreiras artificiais. Mas também é verdade que sem coragem não se conseguirá ir a lado nenhum.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"





terça-feira, 3 de março de 2015

Financiar quem quer investir

Foi anunciado o programa do Banco Central Europeu para injetar liquidez nas economias europeias, o Quantative Easing.

Independentemente da bondade da medida, do ponto de vista de Portugal e das empresas nacionais, este programa só terá efeitos reais se estiver conjugado com a redução da burocracia, da carga fiscal e do melhoramento dos mecanismos de acesso aos fundos estruturais. E se juntarmos a isto uma melhor perceção da banca relativamente ao risco de investimento das empresas, então sim, poderemos ter esperança de que os euros do BCE cheguem à economia real.
Estas são parte das reflexões do Presidente Aníbal Campos que a todos convidamos a ler no editorial do Metal de fevereiro aqui.

"Fazer chegar o dinheiro à economia
O Banco Central Europeu anunciou recentemente o Quantitative Easing Europeu, um programa há muito tempo ansiosamente aguardado e através do qual aquele banco central pretende injetar dinheiro nas economias europeias.
Concretamente, o BCE irá proceder à compra de dívida pública aos países da zona Euro, num montante total que se estima ascender a 500.000 milhões de euros.
Este programa poderá ter efeitos positivos importantes na gestão da dívida dos estados, sendo ainda possível que, pelo menos indiretamente, possa vir a ter impacto em algumas economias europeias.
Mas se não for acompanhado de outras medidas estruturantes, será muito difícil que venha a cumprir os efeitos que os mais otimistas lhe estão a atribuir.
Ora, é verdade que a compra de dívida pública poderá ter o efeito de estabilizar os custos de gestão da dívida dos estados, o que naturalmente será positivo.
É também certo que, pelo menos conceptualmente, os custos de financiamento das economias europeias serão reduzidos – o que se acolhe igualmente com satisfação.
E finalmente, também se admite como plausível um efeito indireto positivo nas empresas exportadoras, as quais se tornarão mais competitivas nos mercados globais em resultado da inevitável depreciação do euro.
Não obstante, é muito duvidoso que, se nada mais for feito, os montantes injetados em cada país pelo BCE cheguem efetivamente às empresas. Pelo contrário, existe o risco bem real de que o dinheiro fique aprisionado no setor financeiro.
Com efeito, independentemente desta medida que agora será implementada pelo BCE, o setor financeiro não tem hoje em dia quaisquer problemas de liquidez. Pelo contrário, a generalidade dos bancos tem muito dinheiro disponível para injetar na economia.
Nesse quadro, se os bancos não emprestam dinheiro às empresas, isso não decorre de falta de liquidez mas sim em resultado de uma perceção de risco quase alarmista. Os bancos não concedem crédito porque têm medo de investir numa economia que a seu ver permanece instável e muito frágil.
Assim sendo, se é certo que já atualmente têm excesso de liquidez e ainda assim são altamente restritivos na concessão de crédito, não será seguramente por passarem a ter mais dinheiro disponível que mudarão as suas políticas nesse âmbito.
É pois fundamental que cada Estado Membro beneficiário deste programa implementado pelo BCE faça também o seu trabalho de casa e tome a iniciativa de criar mecanismos que facilitem a transferência do dinheiro do sistema financeiro para a economia real.
Nesse contexto, no que concerne ao estado português, é indispensável em primeiro lugar que sejam implementadas medidas de promoção do investimento, nomeadamente através da redução da burocracia, do alívio da carga fiscal e da agilização dos mecanismos de acesso aos fundos que serão disponibilizados no próximo quadro comunitário de apoio. 
Por outro lado, é essencial que sejam desencadeadas medidas que estimulem uma maior flexibilização dos critérios observados pela banca portuguesa na concessão de crédito. E nesse âmbito, o estado português deverá desempenhar um papel fundamental através da Caixa Geral de Depósitos e fundamentalmente da futura Instituição Financeira de Desenvolvimento – vulgarmente designada como Banco do Fomento.
Quanto a nós estes serão dois eixos decisivos para que as boas intenções do BCE se traduzam em verdadeiros estímulos à economia portuguesa.
Pelo que, a nosso ver igualmente, é fundamental que sejam levados em boa conta pelo governo português. E se o governo não os subscrever, ficaremos a aguardar que nos explique as suas razões.
Mas independentemente disso, urge fazer alguma coisa de eficiente neste âmbito, pois se o dinheiro não chegar efetivamente à economia, este programa do BCE será para o país exatamente o mesmo do que chover no molhado.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Até onde poderia ir o CENFIM…se o deixassem?

O CENFIM, todos o reconhecem, é uma organização de excelência ao serviço das empresas do setor metalúrgico e metalomecânico, na área crítica para o crescimento das empresas, que é a formação.

As empresas, para cumprir o imperativo do crescimento e do aumento das exportações, necessitam de recursos humanos qualificados e o CENFIM tem sido instrumental neste domínio.

Mas, como diz o Presidente da AIMMAP no editorial do METAL deste mês, o CENFIM poderia fazer muito mais se as condições o permitissem. Leia a reflexão de Aníbal Campos sobre este assunto e as razões das limitações impostas pelo Ministério das Finanças que têm impedido o CENFIM de fazer mais e melhor.

"O governo não pode dificultar a atividade do CENFIM
O CENFIM é um caso verdadeiramente paradigmático de uma organização de excelência ao serviço das empresas, sendo aliás certo que uma importante parcela da responsabilidade no sucesso do nosso setor é àquele devida.
Todos nós sabemos como o CENFIM foi e é importante para que seja possível estarmos a festejar o melhor ano de sempre das nossas exportações, pois isso nunca seria possível se as nossas empresas não estivessem apetrechadas com técnicos altamente qualificados.
Mas não obstante sejam inteiramente merecidos todos os elogios à atividade do CENFIM, não podemos ainda assim enterrar a cabeça na areia e ignorar os problemas que apesar de tudo existem.
É verdade que o CENFIM faz muito pelas nossas empresas e pelo nosso setor. Mas não é menos certo que, se o deixassem, poderia fazer ainda muito mais.
Com efeito, num momento em que as nossas empresas estão altamente empenhadas em corresponder ao desígnio nacional do aumento das exportações, sentimos claramente um défice de oferta de mão-de-obra qualificada. E assim sucede em vários planos.
Em primeiro lugar constata-se que o número de pessoas formadas pelo CENFIM nas áreas a que o mesmo tradicionalmente se dedica não é suficiente para as necessidades das empresas.
Em segundo lugar, temos a perceção de que o nível de incorporação tecnológica na formação ministrada pelo CENFIM já não se encontra totalmente adequado à realidade de muitas das nossas melhores empresas.
Em terceiro lugar, verifica-se ser necessário que o CENFIM alargue horizontalmente o âmbito da sua atividade formativa, passando a ministrar novos cursos especialmente vocacionados para novas profissões que emergem nas empresas do setor.
Em quarto lugar parece-nos que seria altamente conveniente que o CENFIM pudesse agilizar com maior eficácia as suas ações de formação dirigidas aos trabalhadores no ativo.
Finalmente, constatamos que, infelizmente, a formação de quadros intermédios é altamente deficitária.
Estas são 5 vertentes em que nos parece indispensável conferir maior eficácia à atividade do CENFIM.
Mas é bom que fique muito claro que com estas palavras e sugestões não estou a fazer qualquer crítica ao CENFIM, a quem o dirige ou a quem nele trabalha. Pelo contrário, a nossa crítica é dirigida essencialmente a quem parece fazer questão de o espartilhar.
Para que seja possível melhorar o CENFIM e ajudá-lo dessa forma a servir melhor a economia portuguesa, é absolutamente fundamental que sejam feitos investimentos criteriosos em equipamentos, recursos humanos e consultoria. E é igualmente essencial que se agilize a sua gestão.
Porém, nestes tempos de verdadeira ditadura do Ministério das Finanças em que temos vivido durante as últimas legislaturas, tem sido feito precisamente o contrário.
Os investimentos não são autorizados. Os orçamentos são diminuídos de ano para ano. Os recursos humanos não podem ser renovados. E a gestão é cada vez mais rígida e burocratizada. Tudo isto em cumprimento das políticas impostas pelo Ministério das Finanças.
Esta lógica - que é inclusivamente um pouco miserabilista -, não augura nada de bom para o futuro. E vai seguramente frustrar as expectativas de muitas empresas de enorme potencial exportador, as quais vão acabar por ver interrompidas as suas trajetórias ascendentes, pela falta de recursos humanos capazes de dar resposta às necessidades dos seus cada vez mais exigentes clientes.
Nós já não vivemos no tempo em que as nossas empresas ou se bastavam com um mercado interno razoavelmente fechado ou competiam nos mercados externos com base em políticas de preços baixos. Pelo contrário, hoje em dia, as nossas empresas têm de competir – cá dentro, ou lá fora -, através da qualidade e da diferenciação. E isso, como é bom de ver, só será possível com cada vez mais e melhor formação aos nossos recursos humanos.
Esperemos pois que o nosso Governo perceba melhor que o CENFIM é um ativo de excelência da economia nacional. E que atue rapidamente em conformidade.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Crescimento e responsabilidade para 2015

2014 foi um ano de boa memória para o setor metalúrgico e metalomecânico, não só pelos resultados alcançados mas também pelo reforço da imagem como o setor industrial mais exportador do país.
O setor tem assim de ser tido em conta na definição de políticas que suportam a atividade económica.
O maior setor industrial do país e motor do crescimento económico pode dar um enorme contributo para a eficácia das políticas públicas.

No seu editorial do Metal, Aníbal Campos, presidente da AIMMAP, reflete sobre os resultados do setor e perspetiva a responsabilidade de crescimento para 2015.

"Crescimento em 2014 estimula ambição e responsabilidade para 2015

Agora que chegámos ao fim de mais um ano é natural que se faça um balanço e se recuperem algumas notas dos 12 meses que passaram, diríamos, a uma velocidade estonteante.
Felizmente, para o setor metalúrgico e metalomecânico português, 2014 será um ano de boa memória, não só pelos resultados globais alcançados mas também pelo reforço da imagem como o setor industrial mais exportador do país.
Num período em que a necessidade de orientar a economia para atividades de valor acrescentado e que sustentem o crescimento económico de forma segura foi imperativa, o setor liderou a abertura ao exterior e organizou-se de forma a responder aos desafios da qualidade e inovação constantes, com competitividade à escala global.
Os resultados desta atitude, que foram “novidade” para alguns mas que todos agora reconhecem, são bem visíveis: o setor ultrapassará, ao que tudo indica, os números mais otimistas em valor de faturação e em valor de exportação, com taxas de crescimento a rondar os 10%, passando em definitivo o valor mítico dos 13.000M€ de valor exportado.
Tudo isto foi feito pelas empresas e, para a AIMMAP, com as empresas e para as empresas.
À AIMMAP coube, entre outras, a responsabilidade de acompanhar e apoiar as empresas associadas no caminho da competitividade e do crescimento. Este acompanhamento foi feito nas mais diversas formas, quer na componente de apoio à internacionalização, materializada na presença sustentada e organizada em feiras de referência, nos mais diversos segmentos do setor, mas também, na procura de novos mercados e de oportunidades nas áreas da inovação e da qualidade sustentada.
É neste contexto que temos que referir com orgulho a presença de 70 empresas portuguesas em Paris na feira MIDEST em novembro, fazendo assim de Portugal o país mais representado no certame, o que diz muito sobre a forma como as empresas de subcontratação industrial estão a encarar os desafios.
Mas também noutros segmentos o ano foi marcante. As empresas de cutelaria falam em ano recorde de vendas, sem dúvida alicerçado numa política de qualidade e design com serviço ao cliente em mercados de alto valor acrescentado.
Na louça metálica a liderança em vários mercados internacionais tem-se acentuado, fruto de uma política de qualidade e inovação constante.
Nas máquinas e equipamentos, a entrada em mercados altamente exigentes e competitivos tem-se pautado por um crescimento lento mas sustentado, dando excelentes indicações para 2015, apesar da feroz concorrência de alguns players com práticas no mínimo condenáveis e muitas vezes desleais.
Evidentemente que nem tudo foram sucessos. Mas face aos desafios e à exigência do momento, é possível fazer desde já um balanço muito positivo do ano.
Teremos de esperar mais umas semanas para confirmar os valores indicativos de que já dispomos mas temos como certo que este será o melhor ano de sempre para o setor.
A fasquia está assim altíssima para 2015.
Não nos amedrontarmos com isso. Pelo contrário. A vontade de fazer mais e melhor pelo setor e pelas empresas associadas incute-nos uma responsabilidade a que a AIMMAP não foge. Queremos continuar a melhorar a imagem do setor e a informar os que desconhecem o nosso trabalho, que vão sendo cada vez menos. E não o fazemos com uma perspetiva de vaidade. Fazemo-lo em nome do justo reconhecimento que há que fazer a um setor que representa 18% do PIB, tem cerca de 15.000 empresas e perto de 200.000 colaboradores. Estes números não só impõem respeito e responsabilidade mas também têm de fazer parte da definição de políticas públicas que suportam a atividade económica. Não queremos regimes de exceção mas queremos o respeito por um setor que é hoje definitivamente o maior setor industrial do país e o motor do crescimento económico. Como gostamos de dizer na AIMMAP, a indústria das indústrias.
Desejamos um bom ano de 2015 a todas as empresas do nosso setor, em especial às associadas da AIMMAP que connosco têm trilhado um caminho de sucesso.
Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP"