quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apoio às acções de promoção no exterior

No dia 11 de Novembro o Presidente da Direcção da AIMMAP, em artigo de opinião publicado no jornal “Diário Económico”, chamou a atenção para a necessidade de o actual Governo dever cumprir as promessas eleitorais do Partido Socialista no que concerne ao apoio à internacionalização das empresas.

Considerando a relevância do tema, passa a transcrever-se neste blogue o referido artigo de opinião.

"Apoios à internacionalização

Conforme é unanimemente reconhecido, tendo em conta as suas especificidades e limitações, a economia portuguesa apenas poderá crescer por via de um forte acréscimo das suas exportações.
Pelo que, como muito bem o sublinharam os líderes dos principais partidos políticos portugueses na campanha eleitoral que antecedeu as recentes eleições legislativas, o apoio às exportações terá de ser encarado cada vez mais como uma verdadeira prioridade nacional.
Há um conjunto de empresas nacionais – grande parte delas no sector metalúrgico e metalomecânico -, que têm uma forte vocação exportadora e têm desenvolvido notáveis acções de promoção no exterior.
Essas empresas estão pois a contribuir de forma muito significativa para a prossecução de um objectivo nacional.
Para tal efeito, estão todavia envolvidas numa batalha verdadeiramente global, confrontando-se com concorrentes fortíssimos nos quatro cantos do planeta.
A concorrência é naturalmente um pressuposto da economia de mercado e que, como tal, jamais poderá ser invocada como razão de queixa.
Sucede porém que grande parte daqueles que concorrem com as empresas nacionais na economia global gozam frequentemente de vantagens competitivas que os tornam por vezes verdadeiramente inalcançáveis.
Com efeito, por um lado, as empresas dos países emergentes não só alicerçam as suas políticas comerciais em salários baixos e na inobservância de regras que as europeias cumprem aos mais diversos níveis, como são inclusivamente subsidiadas pelos próprios Estados. E, por outro lado, as empresas dos países mais desenvolvidos não só beneficiam de um mais elevado grau de desenvolvimento das suas economias – o que lhes confere um reconhecimento mais fácil por parte dos consumidores -, como acedem frequentemente a incentivos fiscais e financeiros que lhes são disponibilizados pelos respectivos Governos.
Ora, as empresas portuguesas estão verdadeiramente ensanduichadas entre estes dois mundos. Pelo que nem beneficiam das facilidades das primeiras nem gozam do estatuto das segundas.
Assim sendo, se a promoção das exportações é uma prioridade para o país, haverá rapidamente que contornar essa dificuldade.
No entendimento da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, o Partido Socialista analisou muito bem esta questão no seu programa eleitoral. E nesse sentido assumiu o compromisso de aumentar os incentivos não reembolsáveis às acções de promoção no exterior de 45% para 70%.
Concluído o processo eleitoral e nomeado entretanto um governo do Partido Socialista, é fundamental que esse compromisso não seja esquecido.
Pelo que, em primeiro lugar, é essencial que o mesmo seja transposto para o Progrema de Governo. E no momento imediatamente seguinte, deverá ser uma das primeiras medidas a adoptar pelo actual Governo.
Haverá seguramente muito mais a fazer. Mas esse terá de ser desde já o primeiro passo.
António Saraiva
Presidente da Direcção da AIMMAP"


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