quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O crescimento das exportações do setor metalúrgico e metalomecânico

No editorial do “Metal” publicado como suplemento da edição de 28 de setembro de 2012 do jornal “Vida Económica”, o presidente da direção da AIMMAP, Aníbal Campos, congratulou-se com os bons resultados das exportações do setor metalúrgico e metalomecânico no primeiro semestre de 2012.

Sublinhou de modo muito particular o facto de as referidas exportações estarem a aumentar fundamentalmente nos países fora da União Europeia, o que corresponde a uma crescente diversificação dos destinos.

Essa é naturalmente uma boa notícia, na medida em que permite que, a prazo, seja reduzida a dependência das nossas empresas face aos seus mercados tradicionais.

Atendendo à importância do texto em apreço, transcreve-se nas linhas subsequentes o conteúdo do referido editorial.

"Diversificação dos mercados de exportação

A AIMMAP tem efetuado mensalmente sucessivos estudos de análise ao comércio internacional no âmbito do setor metalúrgico e metalomecânico, analisando de forma detalhada a evolução não só das exportações das nossas empresas como também das importações de produtos e equipamentos metalúrgicos e metalomecânicos.
Na presente edição do Metal é publicada uma síntese de mais um desses estudos, o qual se reportou a todo o primeiro semestre de 2012.
Especificamente no que concerne às exportações, há algumas conclusões importantes suscetíveis de serem extraídas dos diversos estudos efetuados e muito particularmente deste último.
O primeiro dado a reter é o facto de as nossas vendas ao exterior estarem a crescer de forma sustentada. Depois de crescimentos de 14% em 2010 e de 18% em 2011, nos primeiros seis meses do presente ano as exportações cresceram mais cerca de 9%.
Este é seguramente um facto altamente animador, o qual, sendo acompanhado de um substancial decréscimo das importações no mesmo período, permite acalentar a esperança de que a balança comercial do setor venha a ser positiva em 2012.
Um segundo ponto a sublinhar, tem a ver com o facto de, aparentemente, o crescimento das exportações estar abrandar. Na verdade, embora continuemos a crescer, deve reconhecer-se que já não estamos a crescer com a mesma intensidade. Não é um dado negativo e nem sequer preocupante. Mas é bom que o tenhamos presente.
Um terceiro aspeto a merecer reflexão reporta-se à circunstância de a esmagadora maioria das nossas exportações se destinar a países da União Europeia, com especial destaque para Espanha, Alemanha e França.
A este propósito, se por um lado é positivo que os nossos produtos sejam competitivos nos mercados mais exigentes, pode ser por outro lado inquietante que estejamos tão dependentes de uma só zona geográfica. Particularmente, quando se constata que alguns desses clientes tradicionais estão a atravessar um período relativamente difícil, como é o caso emblemático daquele que é o nosso principal destino: a Espanha.
A quarta e derradeira conclusão que aqui gostaria de enfatizar reporta-se ao facto de, não obstante o acima referido a propósito da nossa dependência relativamente aos países da União Europeia, começar a ser visível uma tendência de diversificação dos destinos.
Na verdade, o já mencionado aumento de 9% das nossas vendas ao exterior foi conseguido na sua totalidade à custa de ganhos de quotas de mercado em países fora da União Europeia.
Na União Europeia, os valores de 2012 são praticamente idênticos aos do ano transato, não tendo havido qualquer crescimento.
Já fora desse espaço geográfico, a variação dos números foi claramente em sentido ascendente, tendo sido registado um crescimento superior a 50%.
Houve subidas verdadeiramente notáveis em países do Médio Oriente, como por exemplo a Arábia Saudita (54,3%), o Kuwait (2062%), o Egito (51,3%) ou Israel (68,1%).
E também em países da América do Sul, como a Argentina (105%), o Brasil (67%), a Colômbia (228%), o Peru (68,5%) ou a Venezuela (479%).
Estes números não têm paralelo com nenhum dos anos anteriores. Na maior parte dos casos, trata-se de mercados que apenas agora as empresas estão a conseguir desbravar.
As nossas empresas estão claramente a evoluir no bom caminho. Perceberam a tempo que não poderiam estar concentradas em clientes europeus e trataram de explorar novos mercados.
Os números revelados no estudo a que aqui faço referência, indiciam que as empresas começam a colher os frutos do seu trabalho de prospeção.
Enquanto Presidente da Direção da AIMMAP faço questão de saudar este notável resultado dos nossos exportadores, estimulando-os a prosseguir a afirmação dessa estratégia de diversificação dos destinos das suas exportações. E gostaria também de incentivar aqueles que eventualmente estejam um pouco mais atrasados nesse processo a seguir e até a copiar os bons exemplos a que possam ter acesso.
A AIMMAP aqui estará sempre disponível para apoiar as suas empresas, também neste domínio específico.
Ninguém melhor do que nós poderá conseguir colocar as empresas em contacto umas com as outras no sentido de partilharem experiências e criarem sinergias.
Já o temos feito inúmeras vezes nos mais diversos domínios e inclusivamente na área da internacionalização. Mas queremos ser desafiados a fazer cada vez e melhor.

Aníbal Campos
Presidente da Direção da AIMMAP
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