quarta-feira, 24 de outubro de 2007

SECTOR METALÚRGICO E METALOMECÂNICO

O sector metalúrgico e metalomecânico é seguramente um dos mais dinâmicos e importantes da economia portuguesa.

Acresce que se verifica que essa importância é crescente, porquanto se constata que este é o sector onde as exportações mais aumentam, onde há mais criação de emprego e onde há menos problemas sociais.

Curiosamente, o nosso sector continua a merecer muito pouca atenção por parte do Estado português.

Esta questão foi abordada pelo Presidente da AIMMAP em artigo publicado recentemente no “Diário Económico” e que passa a transcrever-se neste blogue.


"O SECTOR METALÚRGICO E METALOMECÂNICO EM PORTUGAL


Embora seguramente com um destaque muito inferior ao que seria devido, temos assistido nos últimos tempos à publicação de um número crescente de notícias na comunicação social portuguesa, a propósito dos mais relevantes dados sobre o estado da indústria metalúrgica e metalomecânica no nosso país.

E a conclusão que se retira facilmente das notícias publicadas a propósito do sector em geral ou de casos de sucesso em particular, aponta no sentido de que a evolução sofrida ao longo dos anos mais recentes é claramente positiva.

Os dados oficiais, oriundos do INE, da AICEP ou do IEFP, a propósito dos mais distintos parâmetros, vão exactamente na mesma direcção.

Ou seja, o nosso sector é seguramente um dos que revela em Portugal um mais significativo crescimento.

O número de empresas está relativamente estabilizado, havendo muito poucas notícias de falências ou encerramentos.

Os níveis de emprego são seguros e consistentes, precisamente num momento em que, a nível nacional, o desemprego aumenta.

O volume de exportações demonstra uma tendência crescente, sem paralelo nos outros sectores.

O VAB revela igualmente um crescimento notável, como há muito não se verificava.

Podemos pois concluir que, em termos genéricos, o sector está mais forte e competitivo.

Mas acontece ainda que se constata que o número de casos de sucesso ocorridos nos últimos tempos é significativo, revelando que o sector mantém uma importante margem de progressão como centro de excelentes oportunidades de negócio.

E acresce igualmente que se verifica que há no sector cada vez mais empresas certificadas, uma aposta crescente na propriedade industrial, um número maior de empresas com processos de internacionalização, um aumento significativo das horas de formação e cada vez mais preocupações ambientais.

Daqui podemos concluir que quando analisamos os dados positivos do sector não nos limitamos a observar meras estatísticas.

Pelo contrário, o crescimento do sector é real e está alicerçado em apostas estratégicas por parte de um número cada vez maior de empresas.

Ora, não é necessário fazer-se grandes contas ou estudos para que se possa chegar a estas conclusões. Basta ver os números oficiais e as páginas de jornais e revistas. E basta falar com trabalhadores e empresários do sector.

Estranho pois que, ainda assim, apesar do bom trabalho que vamos fazendo no sector, continuemos a ser ignorados pelos poderes públicos.

Não que queiramos ajudas ou subsídios. O que queremos é que o Estado se renda à evidência e conclua finalmente que este é um sector verdadeiramente estratégico para a economia nacional. Com todas as consequências que daí deverão resultar.


António Saraiva

Presidente da Direcção da AIMMAP"



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